Catálogo Geral de Vendas | 2025 - 2026
Imagens meramente ilustrativas 5 LANÇAMENTOS Dorothy Kelley Patterson foi professora de teologia em estudos femininos no Southwestern Baptist Theological Seminary. Ela é formada pela Hardin-Sim- mons University, pelo New Orleans Baptist Theological Seminary, pelo Luther Rice Seminarye pela University of South África. Ela foi descrita como “uma das principais estudiosas da atualidade no tópico da feminilidade bíblica”. Rhonda Harrington Kelley é professora-adjunta do Ministério da Mulher no New Orleans Baptist TheologicalSeminary em New Orleans, Louisiana. Ela é uma oradora frequente para mulheres, bem como autora de vários livros. GÁLATAS INTRODUÇÃO TÍTULO O título do livro de Gálatas (gr., pros Galatas , “aos Gálatas”) deriva da região da Ásia Menor (atual Turquia) onde as igrejas destinatárias ficavam localizadas. Da pena de Paulo, somente esta Epístola foi, especificamente, dirigida a igrejas que ficavam em mais de uma cidade. CONTEXTO Paulo fala da ocasião para a composição desta Carta apaixonada: ele estava preo- cupado que os gálatas estivessem se afastando do evangelho que lhes havia pregado e se voltando para outro evangelho (1.6-7). Um grupo, normalmente chamado de “judaizantes”, estava apresentando um evangelho com base nas obras da Lei, e Paulo denuncia que, de forma alguma, esse “outro evangelho” pode ser o verdadeiro evangelho (Gl 1.7). 1 Esse grupo estava pregando um ensino perigoso, segundo o qual, os gentios deveriam, primeiramente, tornar-se prosélitos judeus e se submeterem à toda a lei de Moisés antes de poderem se tornar cristãos (Gl 1.7; 4.17,21; 5.2-12; 6.12-13). Chocado com a abertura dos gálatas a essa perigosa heresia, Paulo escre- veu a Carta para defender a justificação pela fé e alertar aquelas igrejas das graves consequências de abandonarem a doutrina essencial que ele lhes havia ensinado. GÊNERO Gálatas segue um típico formato de uma epístola greco-romana do século I, que inclui uma saudação, uma recomendação, o corpo, uma exortação e a conclusão. Entretanto, esta Carta paulina é a única que não contém uma recomendação dos seus leitores — uma omissão óbvia que reflete a urgência sentida por Paulo em confrontar a apostasia dos crentes da Galácia e em defender a doutrina central da justificação somente pela fé. AUTOR Gálatas é um dos primeiros livros escritos por Paulo, e sua autoria jamais foi seriamente questionada já que o próprio livro cita o apóstolo (gr., Paulos , “peque- 64 COMENTÁRIO BÍBLICO DA MULHER – NOVO TESTAMENTO o a ndar como c rISto (4.17–5.21) Advertência para não Andar- mos mais segundo a Velha Vida (4.17-32) 4.17 Paulo continuamente faz com que os seus leitores retornem ao quadro maior da salvação. Como os crentes foram adotados na fa- mília de Deus e estão sendo “bem ajustados” ao corpo de Cristo, eles não podem viver segundo a forma anterior, nem como os outros vivem ao redor deles. Éfeso era uma cida- de cheia de grande imoralidade e iniquidade. A igreja era composta por um grupo pequeno e isolado, rodeado pelo mal e pelo pecado. Muitos convertidos, sem dúvida nenhuma, haviam tomado parte em comportamentos pervertidos e, provavelmente, tinham amigos e familiares que ainda estavam imersos em um estilo de vida ímpio, cuja mente era caracterizada pela VAIDADE (gr., mataiotēti, “falta de propósito, depravação; aquilo que é desprovido de verdade”; cp., Rm 8.20; 2Pe 2.18). Essa palavra sugere uma vaidade ou vazio completo, uma falta de objetivo sem qualquer propósito, ou fim em vista. Por terem essa origem e estando rodeados por influências negativas, Paulo faz lembrar aos seus leitores para manterem suas mentes puras, observando que o comportamento tortuoso começa na mente. Inevitavelmente uma mente dema- siadamente aberta que aceita o que Deus rejeita é um indicativo de uma consciência cauterizada que abraça o mundo e rejeita a Cristo. 4.18-19 Os não cristãos estavam levando uma vida sem êxito, tentando desesperadamente correr atrás de coi- sas que somente os levariam à morte e à destruição. A “ DUREZA (gr., pōrōsin, um termo, normalmente, usado no sentido médico como uma “cobertura enrijecida e calejada, insensibilidade e torpor”) dos seus corações” contra o Senhor os impedia de compreender a verdade de Deus, eles esta- vam SEPARADOS (gr., apēllotriōmenoi, “alienados, afastados, trancafiados do lado de fora”, implicando que a pessoa está, ou esteve alienada de qualquer gozo de um estilo de vida piedoso; 2.12) da vida de Deus (4.18). Como eles haviam PERDIDO TODO SENTIMENTO (gr., apēlgēkotes, “in- sensível à dor ou sofrimento”, no sentido de estar além da capacidade de sentir algo) e autoindulgente, tendo se vendido voluntaria- mente à DISSOLUÇÃO (gr., aselgeia, “licenciosidade, sensualidade, concupiscência irrestrita”, v. 19), eles somente serviam aos seus desejos carnais e eram devorados pelo seu comportamento; como viciados, desejando somente mais e mais daquilo que, em última análise, causar-lhes-ia a sua própria ruína. Todos conhecemos pessoas que vivem situações semelhantes, que estão tão afundadas no pecado que nemmesmo reconhecem, nem se importam com a profundidade da depravação na qual se envolveram. Inevitavelmente uma mente demasiadamente aberta que aceita o que Deus rejeita é um indica- tivo de uma consciência cauterizada que abraça o mundo e rejeita a Cristo. 4.20-24 Paulo traça um contraste marcante entre aqueles que havia re- jeitado a Cristo e aqueles que havia experimentado a salvação em Cristo, ou haviam aprendido sobre oMes- MARCOS INTRODUÇÃO O Evangelho de Marcos é objetivo, mas vívido; sucinto, mas inexoravelmente apaixonado; simples, mas extremamente profundo. A simplicidade da sua men- sagem é um relato sensato da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Em Marcos não vemos genealogias, nem detalhes do nascimento do menino Jesus, tampouco uma descrição da sua infância. O Evangelho já começa relatando o início do ministério de Jesus, na sua vida adulta. Os fatos de Marcos são precisos; só que ele, na verdade, não registra eventos históricos. Todavia, ele apresenta o seu conteúdo como um pregador faria a exposição de um sermão. Até mesmo os fatos históricos são mostrados de forma viva, veemente e apaixonada. A simplicidade do livro tem levado muitos a concluir que este breve Evangelho é, basicamente, um relato superficial da vida de Jesus. Marcos costuma usar alguns poucos versículos para apresentar o que os ou- tros Evangelhos levam vários capítulos para descrever. Por exemplo, compare a descrição da tentação de Jesus feita em Mt 4.1-11 com o relato de Marcos (1.12-13). Só que uma análise mais minuciosa desse relato mais breve da vida de Jesus revela um desencadeamento objetivo do Evangelho, com uma análise aguçada, e profundidade espiritual que chama a atenção, até mesmo, do estu- dioso mais sério da vida de Cristo. Contudo, todas as mães se alegram em saber que Marcos apresenta as boas-novas de Jesus Cristo de forma tão simples que até mesmo uma criança é capaz de compreendê-la. O Evangelho de Marcos pode ser dividido em duas seções principais. Os oito primeiros capítulos são cheios de narrativas de ação que relatam os milagres de Jesus e o espanto contínuo das pessoas, com ênfase no poder do seu ministério. Um ritmo acelerado foi dado a esses relatos com o uso do advérbio IMEDIATAMENTE (gr., euthus, “direto, reto, de pé”). Essa palavra ocorre, inicialmente, na citação de Is 40.3 como o verbo “endireitar” (1.3), uma referência óbvia à preparação para a vinda do Messias. No texto grego, essa palavra continuou sendo usada ao longo de todo o livro, como uma introdução às divisões de seções de texto (1.12). Nas línguas ocidentais, é traduzida de várias maneiras, mas com a mesma ideia de denotar ação urgente ou objetiva. Marcos utilizou essa palavra mais de quarenta vezes. Comparativamente, essa palavra foi usada sete vezes por Mateus, uma única vez por Lucas e somente três vezes por João . No texto grego, Marcos utilizou, com frequência o “presente histórico”, um mecanismo gramatical no qual os 135 COLOSSENSES a PlIcação P rátIca à v Ida c rIStã (3.5–4.6) Depois de expor a falsa doutrina e fazer lembrar aos colossenses da verdade, Paulo passa a abordar a aplicação prática da verdade à vida cristã. Esta seção poderia ser chamada como a parte da carta que trata do “E daí?” Paulo instruiu os colossenses de que a vida do crente envolve a eliminação dos vícios e o cultivo das virtudes, es- pecialmente dentro da casa do crente, e na sua vida de oração e testemunho de vida. Abandonando os Vícios (3.5-11) 3.5-7 Com base na morte e ressur- reição do crente junto com Cristo (2.20-23; 3.1-4), Paulo exortou os crentes a mortificai nas suas vidas vossosmembros que estão sobre a terra . Esta exortação não é uma referência ao tratamento minucioso do pecado nas nossas vidas, mas ela exige o extermínio completo do pecado nas nossas vidas. O primeiro conjunto de coisas que Paulo menciona está todo relacionado à satisfação dos desejos interiores. PROSTITUIÇÃO é uma palavra derivada do termo grego porneia, e se refere a toda forma de atividade sexual fora dos limites do casamento. Impureza faz lembrar aos crentes que qualquer encontro sexual ilícito é inerentemente peca- minoso e afeta a pureza da alma que Cristo nos deu por meio do perdão dos nossos pecados. Além dos atos físicos de prostituição, os cristãos não devem nem mesmo dar lugar à concupis- cência ou apetite desordenado , ambos ocorrem, fundamentalmente, no coração e na mente. A avareza aparentemente, é um corpo estranho nesta lista que mostra descrições de imoralidade sexual. Todavia, qualquer coisa que abale o lugar correto de De Coração a Coração Fuja da Escravidão do Legalismo N as suas tentativas de ser a mulher “perfeita”, seja no papel de esposa, mãe, membro da igreja, ou no trabalho, é comum você impor sobre si mesma uma lista pessoal de “normas” e “mandamentos humanos” (Cl 2.20,22). A falha em alcançar estes padrões sobre-humanos pode ser uma fonte de muita ansiedade e aflição. Mesmo não sendo fácil, como crente, você precisa se libertar da escravidão do legalismo pois, como lemos em Cl 2.23: mas não são de valor algum. Se foi a graça de Deus que deu a você a vida eterna, então por que você fica tentando levar uma vida segundo as suas próprias regras? Se você foi salva pela graça, também deveria viver pela graça. Em vez de ficar se cobrando pelos padrões de “perfeição” que você mesmo estabeleceu para si mesma, e que nenhum ser humano seria capaz de atingir, você precisa olhar para Cristo. Ele já cumpriu toda a lei de Deus em seu lugar para que você não precise atender as exigências da Lei, e Ele vive eternamente para fortalecê-la, dia após dia, com a sua graça e misericórdia. COLOSSENSES INTRODUÇÃO TÍTULO O livro de Colossenses recebe este nome porque os seus primeiros destinatários estavam na igreja de Colossos, um pequeno vilarejo na parte oriental da Ásia Menor (atual Turquia). CONTEXTO Colossos, na base do monte Cadmus (com 2.570 m de altura), ficava a cerca de 190 km a leste de Éfeso, no vale do rio Lico. Os registros históricos sobre este povoado romano insignificante são escassos, e este vilarejo romano é mencionado somente por alguns autores. Colossos era ofuscada por uma cidade maior e mais afluente: Laodiceia, que ficava a apenas 18 km no sentido noroeste. Colossos, todavia, beneficiava-se da sua indústria têxtil e da sua localização estratégica, em uma rota comercial importante, que ligava a costa do mar Egeu, até a região central da Ásia Menor, seguindo até a Síria e ainda mais em direção ao Oriente. Existe também evidências que apoiam a existência de um contingente populacional significativo de judeus na região ao redor de Colossos, e pro- vavelmente também naquele vilarejo. GÊNERO O livro de Colossenses é uma epístola ou carta. Nos tempos antigos, as cartas tinham um formato literário específico. A maior parte das epístolas antigas, inclusive a Carta de Paulo aos Colossenses, segue o seguinte formato: • Saudação — São feitas referências ao remetente e ao destinatário da carta, junto com um cumprimento. • • • • • • • • • • Filadélfia Sardes Trípoli Esmirna Hierápolis Éfeso Laodiceia Priene Colossos Mileto A PROVÍNCIA DA ÁSIA 156 COMENTÁRIO BÍBLICO DA MULHER – NOVO TESTAMENTO culosos, tampouco era necessário um fenômeno sobrenatural para provar a divindade de Cristo. O milagre sim- plesmente apoiaria e fortaleceria a fé, além de proporcionar um sinal e um testemunho do poder de Deus. Marcos aglutinou três milagres de cura a fim de retratar o poder divino de Cristo. A linguagem que Marcos utiliza é viva, urgente e carregada de emoção. Os acontecimentos por ele registrados parecem ter ocorrido em um dia de sábado bem especí- fico. Cafarnaum , a cidade natal de Pedro, tornou-se uma das bases para o ministério de Jesus na Galileia. À medida que Jesus entrou na SINAGOGA (uma transliteração de uma palavra grega que se refere ao local em que os judeus se reuniam para oração e estudo da Escritura), Ele foi abordado por “um homem com um espírito imundo”. Em última análise, Jesus veio para destruir as obras do diabo, e logo no início do seu ministério Ele já teve um encontro com um espírito maligno. Aquele espírito conhecia Jesus e o que Ele veio fazer. Jesus expeliu aquele espírito imundo com uma ordem simples (v. 25). Ele não precisou de nenhuma fórmula mágica. Como Jesus ensinava com poder e autoridade , as multidões se admiraram . O verbo ADMIRAR-SE (gr., ethambēthēsan, um verbo na forma passiva mais que perfeita) carrega o sentido de que enquanto Jesus ensinava, as multidões continuavam ficando admiradas. 1.29-34 Os detalhes que Marcos utilizou para descrever a cura da sogra de Pedro sugerem um relato vindo Linguagem Inclusiva A linguagem inclusiva deu início a uma exclusividade quemodifica a gramática e a sintaxe da linguagemclássica. A expressão “pescadores de homens” (1.17) é um exemplo que escolhi para nos alertar sobre aquilo que pode se tornar uma tendência perigosa de acomodação até mesmo do trabalho de tradução para os modismos modernos. As palavras traduzidas como “homens” (gr., anthr ō p ō n , “homem, humani- dade”) podem ser traduzidas como “pessoas” ou “seres humanos”, só que, ao longo de séculos, o uso genérico de “humanidade” tem sido aplicado nesta passagem, bem como ao longo de todo o texto da Escritura, talvez porque essa palavra específica se encaixe completamente com o relato de Gênesis que apresenta a criação de Deus à sua imagem na ordem criada como sendo o “homem” (no heb., adam , “homem ou humanidade”), no qual o uso de “homem” como uma referência à humanidade em Gênesis é, então, definido como “macho e fêmea” (Gn 1.27). O uso genérico é con- tinuado em versículos como Sl 1.1: “Bem-aventurado o varão...” o que, certamente, não se restringe aos homens, mas inclui também as mulheres, por sabermos que este é o uso comum há muito conhecido. Observe também que a filosofia de tradução, bem como a linguagem de gênero da Holman Christian Standard Bible (Bíblia Cristã Padrão de Holman) na introdução que pode ser vista nas suas cópias. Eu gosto mui- to da fidelidade desse grupo de tradutores; só que, na tradução dessa palavra em específico, eu divirjo da escolha por eles feita. Cada intérprete deve considerar com atenção essas escolhas. — Dorothy Kelley Patterson, editora desta obra 10 COMENTÁRIO BÍBLICO DA MULHER – NOVO TESTAMENTO no”) como o autor (1.1; 5.2). A extensa seção autobiográfica (1.1–2.21) reforça essa hipótese. Os Pais da Igreja Primitiva aceitaram uniformemente a autoria paulina, que jamais foi seriamente questionada até o século XIX. DATA O capítulo 2 descreve a visita de Paulo ao Concílio de Jerusalém em At 15 (Gl 2.1; também o comentário sobre o Concílio de Jerusalém em At 15.1-21), por- tanto, ele deve ter escrito Gálatas depois daquela reunião. Como a maioria dos estudiosos considera que o Concílio de Jerusalém ocorreu por volta do ano 49 d.C., a data mais provável para a composição de Gálatas é pouco tempo depois, em algum momento do início dos anos 50 do século I d.C. DESTINATÁRIOS Os estudiosos têm debatido acerca de quem Paulo estava se referindo quando se dirige “às igrejas da Galácia” (1.2). A Carta poderia ter sido enviada aos Gálatas étnicos, três tribos celtas semelhantes aos gauleses, que invadiram a parte central da Ásia Menor no século III a.C. (no que se chama de teoria “dos Gálatas do Norte”). A outra possibilidade é que a Carta tenha sido escrita aos habitantes de raça mista da província romana da Galácia, e, neste caso, o nome “Gálatas” foi, simplesmente, usado como um termo geral para se referir a todas aquelas pessoas (o que se chama de teoria “dos Gálatas do Sul”). As evidências mais fortes apoiam a teoria dos Gálatas do Sul e, segundo ela, a Carta foi endereçada às igrejas que Paulo fundou na região Sul da Galácia (Antioquia, Icônio, Listra e Derbe; At 13.14–14.23). 2 46 COMENTÁRIO BÍBLICO DA MULHER – NOVO TESTAMENTO Para o povo judeu, os feriados religiosos e as festas do calendário eram um tempo de diversão e paz. Ambos eram momentos festivos e de reflexão. Os judeus helenizados também apreciavam eventos esportivos, os quais incluíam os Jogos Olímpicos, corridas de carruagem e disputas entre gladiadores. Os gregos e romanos participavam de vários feriados anuais, rituais no templo e celebrações patrióticas a título de entretenimento. O modo de pensar dos judeus, romanos e gregos do século I nos ajudam a entender uma série de valores culturais bastante distintos do que ocorre nas culturas ocidentais modernas. 5 • Honra/vergonha. Não se pode superestimar a importância do conceito de hon- ra/vergonha na sociedade antiga. O dinheiro e prestígio não faziam frente diante da responsabilidade da honra e da devastação da vergonha. O que mais importava para a pessoa era a forma honrada como ela se conduzia em todas as coisas. A honra de Jesus, embora constantemente desafiada pelos líderes religiosos da sua época, jamais foi manchada. • Personalidade individual versus personalidade de grupo. A cultura mediterrânea do século I era muito mais centrada no coletivo do que a cultura ocidental moderna. A aliança com familiares, com parentes, amigos, com associações religiosas e com a sociedade em geral era de máxima importância. Jesus foi bastante contracultural nesse aspecto. Jesus não desprezou a sua própria família, nem diminuiu a importância da unidade da família biológica. Deus criou a família e proporcionou estrutura e diretrizes para o seu bem-estar (Gn 2.18-24; Sl 78.1-7). Jesus, entretanto, apresentava, de fato, os relacionamentos 196 COMENTÁRIO BÍBLICO DA MULHER – NOVO TESTAMENTO a extravagância de Maria por causa de uma genuína preocupação com os pobres, mas por causa da sua própria ganância (Jo 12.4-6). Jesus utilizou dois símbolos familia- res quando instituiu a Ceia do Senhor, junto dos discípulos: o pão (v. 22) e o cálice ou fruto da vide (vv. 23-25). A referência ao beber do cálice no Reino de Deus deve apontar para uma época posterior à crucificação e à ressurreição de Jesus, e para a volta do Senhor para o estabelecimento do seu Reino glorioso (v. 25). 14.27-31 Jesus volta a citar o Antigo Testamento (Zc 13.7) como objetivo de fazer umretrato comovente da deserção dos discípulos durante aquela hora de sofrimento e morte. Ele utilizou a metáfora do pastor para descrever a si mesmo em relação aos discípulos (as suas ovelhas ). A dificuldade está em compreender o termo vos escanda- lizareis . Expressão que, em algumas versões, é traduzida como “pedra de tropeço” (NAA, TB; gr., skandalisthesesthē, “fazer pecar, ser levado para o pecado, desertar, ter dúvidas”). Esse verbo tem uma série de significados, todavia o contexto, especialmente a citação de Zacarias, de fato, ajuda na intepretação do seu significado aqui. Nada interpreta a Escritura de forma mais efetiva do que outra passagem da Escritura. Os discípulos fraquejariam na sua fé e, portanto, abandonariam Jesus durante certo tempo. Poucas pessoas percebem a sua fraqueza, e Pedro , certamente, encaixa-se nesse modelo. Apesar da interrupção e repreensão desse intrépi- do discípulo, Jesus anunciou que Pedro não somente cumpriria a profecia, mas faria isso muito em breve e repetidas vezes (v. 30). Jesus chegou a usar uma das suas palavras favoritas para fins de ênfase (gr., amen , “verdadeiramente, em verdade”) aqui traduzido como: Em verdade te digo . De Coração a Coração Ela Fez o que Pôde Q uando uma mulher oferece a Cristo a sua total devoção e serviço pessoal a Ele, como fez Maria ao ungir Jesus, ou a outra pessoa que vem em seu nome, ela sempre será recompensada. Talvez a pessoa a quem ela sirva, ou a quem ela faça a sua doação sacrificial, lhe expresse gratidão, com amor, porém muito mais importante para ela é o elogio do Salvador, aquele que, de fato, percebe todas as obras de benignidade feitas em seu nome (Hb 6.10). Você já ficou magoada pelo seu sacrifício não ter sido percebido pelo seu ma- rido, ou filhos, pelos seus pais ou irmãos, ou por algum amigo ou inimigo? Não dependa daquilo que não foi dito, ou de uma gratidão não expressa, mas, antes, ofereça a sua palavra ou obra gentil feita por outra pessoa ao próprio Cristo. Ele receberá a sua obra como um presente para si mesmo, e o seu testemunho será gravado nas pedras da eternidade, em honra a Ele e abrindo a porta para que Ele possa honrar a você. Faça o que puder com o que você tem, enquanto você puder, e onde você estiver. 30 COMENTÁRIO BÍBLICO DA MULHER – NOVO TESTAMENTO depois dela ter passado em muito a idade normal para a gravidez e de ter sido estéril ao longo de toda a sua vida. Quando Isaque nasceu, o seu pai tinha 100 anos e sua mãe 90. A concepção de Ismael representa o caminho da carne, ao passo que a de Isaque representa o caminho de Deus — o caminho da promessa. A primeira é análoga ao caminho dos es- forços pessoais no âmbito da religião e da justiça pelas obras. Uma representa o caminho do legalismo; já a outra o caminho da graça. Ismael simboliza aqueles que somente tiveram o nas- cimento natural e que confiam nas suas próprias obras. Isaque simboliza aqueles que também nasceram do Espírito porque confiaramunicamente na obra de Jesus Cristo. a v Ida no e SPírIto (5.1-26) O Papel da Liberdade (5.1-15) Os dois capítulos finais desta Epístola de Paulo são retrato da vida na pleni- tude do Espírito, da implementação da vida de fé sob o controle e na força do Espírito Santo por parte do crente. A vida na plenitude do Espírito, portan- to, torna-se um poderoso testemunho do poder da justificação pela fé. Paulo começa com uma advertência contra a falsa doutrina (vv. 2-6) e os falsos mestres (vv. 7-12). 5.1-6 Paulo contesta a ideia de que a circuncisão poderia trazer algum benefício ou mérito espiritual diante de Deus e, assim sendo, fos- se um pré-requisito, ou componente necessário da salvação. A circuncisão tinha significado para Israel quando era um símbolo físico de um coração purificado e servia como lembrete da aliança e da promessa de salvação fei- tas por Deus. O sacrifício expiatório de Cristo não pode beneficiar a ninguém que confie na Lei e em cerimoniais para a salvação. O padrão de Deus é a perfeita justiça e, logo, uma falha em se guardar uma única porção das leis significa que esse padrão não foi atingido. A palavra caído (gr., exepesate , “perder, fracassar, espalhar-se”) sugere a perda da ligação com algo (v. 4). O significado claro que Paulo pretendeu dar a essa frase é que qualquer tentati- va de ser justificado pela Lei significa rejeitar a salvação exclusivamente pela graça e pela fé; as pessoas que, uma vez expostas à verdade graciosa do evan- gelho, dão as costas a Cristo e buscam ser justificadas pela Lei são separadas dele e perdem todas as perspectivas da salvação graciosa oferecida por Deus. Essa deserção de Cristo e do evangelho prova que a fé dessas pessoas nunca foi genuína. Os cristãos já possuem a justiça que lhes foi imputada por Cris- to, mas eles ainda aguardam a justiça completa e aperfeiçoada que ainda está por vir na glorificação. Nada que é feito, ou deixa de ser feito na carne, mesmo cerimônias religiosas, faz qual- quer diferença no seu relacionamento com Deus. 5.7-12 Paulo comparou a vida de fé dos gálatas com uma corrida atlética. Eles tiveram uma boa largada — eles receberam a mensagem do evangelho pela fé e tinham começado a levar a sua vida cristã com base na fé. Quan- do lemos: obedeçais à verdade , isso se refere ao modo de vida dos 80 COMENTÁRIO BÍBLICO DA MULHER – NOVO TESTAMENTO várias formas de sofrimento e males que Cristo curou. P regAção : o s ermão dA m on - tAnhA (5.1–7.29) O sermão da montanha é um dos textos bíblicos mais famosos, citado com frequência tanto por crentes, quanto por descrentes. Milhares de páginas já foram escritas sobre o seu conteúdo e significado. Apesar dos crentes jamais terem conseguido aten- der perfeitamente as exigências das palavras de Jesus, eles são desafiados a lutarem para alcançar o padrão que Ele apresentou, por meio do poder do Espírito Santo, demonstrando, de todas as formas, a total submissão a Jesus. O sermão da montanha, por- tanto, não diz respeito à justiça por meio de obras, mas sobre levarmos uma vida que seja consistente com o genuíno arrependimento, e que gere frutos oriundos dele. Este sermão foi meticulosamente es- truturado para comunicar a exigência que Jesus fazia de uma justiça superior (5.17-20). Os ensinamentos estão, es- sencialmente, reunidos em grupos de três. As Beatitudes e as passagens de “sal e luz” formaram a introdução (5.3-16). Seis ilustrações desta justiça superior aparecem na sequência, con- trastando a lei do Antigo Testamento com a ética de Cristo (5.21-48); depois disso, três exemplos da verdadeira piedade (6.1-18), seguidas por três ensinamentos sobre dinheiro e an- siedade (6.19-34) e a seguir por três seções sobre como tratar o próximo (7.1-12). Jesus concluiu o seu sermão com três exemplos, concentrando-se Uma típica sinagoga do século I d.C. mostrando o grande salão interno em que os homens se reu- niam, e o mezanino superior em que as mulheres se reuniam. Este desenho específico foi feito de acordo com a sinagoga de Cafarnaum. LUCAS INTRODUÇÃO O apelo universal do Evangelho de Lucas tem cativado uma grande audiência ao longo das eras. Este Evangelho retrata Jesus no sentido mais profundo e mais íntimo como um amigo dos pecadores e das pessoas marginalizadas. O Evan- gelho de Lucas tem muitas características em comum com Mateus e Marcos, mas também tem várias características que lhe são exclusivas. Por exemplo, tal como Mateus, Lucas começa o seu Evangelho descrevendo o nascimento de Jesus; só que, ao contrário de Mateus, a obra de Lucas não registra muitos dos longos sermões de Jesus. Na mesma linha de Mateus e Marcos, Lucas registra muitos dos milagres de Jesus, porém cada evangelista traz uma perspectiva única ao mesmo acontecimento. O que é totalmente exclusivo do terceiro Evangelho é uma muito conhecida “seção central de Lucas” (9.51–18.14), a qual contém os ensinamentos de Jesus no seu ministério itinerante. Algumas das parábolas desta seção estão registradas emMateus e Marcos, só que, em grande parte, este material aparece quase que exclusivamente no Evangelho de Lucas. Alguns comentaristas consideram difícil discernir a estrutura temática geral. Entretanto, precisamos ter em mente que este Evangelho é a primeira parte de um conjunto de dois volumes. O livro de Atos constitui este segundo volume. Uma compreensão mais ampla do propósito do Evangelho de Lucas somente será satisfeita se levarmos em consideração os dois volumes como um só todo. Existem várias boas razões para crermos que a mesma pessoa escreveu tanto Lucas, quanto o livro de Atos: • As duas obras são dirigidas a Teófilo (Lc 1.3; At 1.1). • O autor de Atos reconhece uma obra anterior, presumivelmente, o Evangelho de Lucas. • Os dois volumes apresentam uma série de temas em comum. • A estrutura geral das duas obras é deveras similar. Este último ponto é uma das evidências mais marcantes em apoio a um único autor para Lucas e Atos. O Evangelho começa com o nascimento de Jesus sob o domínio romano, depois registra as viagens de Jesus a partir da
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