Catálogo Geral de Vendas | 2025 - 2026
BEST SELLERS Imagens meramente ilustrativas 45 Esta obra enfatiza a espiritualidade bíblica e representa um chamado para um modo de vida cuja preocupação principal é a glória de Deus. Ela também é repleta de máximas concisas e pungen- tes, as quais os puritanos deleitavam-se em usar para alcançar os corações de seus ouvintes e leitores. Além disso, sua demonstração das doutrinas das Escrituras reproduz os grandes arti- gos da ortodoxia protestante, partindo de um respeito incomensurável pela Bíblia. T emos agora diante de nós a Bíblia Sagrada, ou livro , porque bíblia significa isto. Nós a chamamos o livro por causa de sua eminência, porque ela é, incomparavelmente, o maior livro que já foi escri- to, o livro dos livros, brilhante como o sol no firmamento da aprendizagem. Tal qual a lua, outros livros valiosos e úteis refletem a sua luz. Nós a chamamos de livro santo, porque foi escrita por homens santos, e inspirada pelo Espírito Santo. Ela é perfeitamente isenta de qualquer falsidade e propósitos deturpados. E, sua inclinação manifesta é promover a santidade entre os homens. Os grandes princípios da lei de Deus, e o Evangelho, estão aqui escritos para nós, para que pudessem transmitir maior segurança, pudessem expandir-se o mais longe possível, por mais tempo, e ser transmitidos a lugares e épocas distantes com mais pureza e inteireza do que possivelmente seriam através de relatos e tradições. Teremos muito que responder, se estes princípios, os quais são a base de nossa paz, estando, assim, entregues a nós por escrito, forem negligenciados como um princípio estranho e desconhecido, Oséias 8.12. As escrituras, ou o produto de vários escritores inspirados, de Moisés até o apóstolo João, nas quais a luz divina, como a luz da manhã, brilhou gradualmente (estando o cânon sagrado agora completo), estão todas reunidas nesta Bíblia bendita, que, graças a Deus, temos em nossas mãos. E elas tornam os dias tão perfeitos quanto devemos esperar que sejam neste lado do céu. Cada parte da Bíblia Sagrada é, sem dúvida, muito boa. Porém todas estas partes juntas formam algo extraordinário. Esta é a “luz que brilha em um lugar escuro” (2 Pe 1.19). E um lugar escuro, sem dúvida, seria o mundo sem a Bíblia. Temos diante de nós esta parte da Bíblia que denominamos o Antigo Testamento , contendo os atos e obras notáveis da vida religiosa desde a criação até quase à vinda de Cristo em carne. Há cerca de quatro mil anos estas verdades foram reveladas, as leis então promulgadas, as devoções então pagas, as profecias então entregues falando sobre os eventos a respeito deste corpo distinto. O Senhor Deus considerou adequado preservar para nós todo este conhecimento. Isto é chamado de testamento , ou aliança ( Diatheke ), porque foi uma determinada declaração da vontade de Deus a respeito do homem de modo geral, e teve sua força obtida a partir da morte planejada do grande testador, “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). É chamado de Antigo Testamento , em relação ao Novo , o qual não o anula nem o substitui, mas o coroa e o aperfeiçoa, fazendo surgir a melhor esperança que foi tipificada e predita nele. O Antigo Testa- mento ainda permanece maravilhoso, embora o Novo muito o exceda em excelência (2 Co 3.9). Temos diante de nós aquela parte do Antigo Testamento que chamamos de Pentateuco , ou os cinco livros de Moisés, o servo do Senhor, que excedeu todos os outros profetas e que tipificou o grande profeta. Na distribuição que nosso Salvador fez dos livros do Antigo Testamento entre a lei , os profetas , e os salmos , ou Hagiógrafa , estes são a lei , porque eles contêm não só as leis dadas a Israel, nos últimos quatro, mas as leis dadas a Adão, a Noé, e a Abraão, no primeiro. Pelo que sabemos, estes cinco livros foram os primeiros a serem escritos, pois não temos a menor men- ção de qualquer escrito em todo o livro de Gênesis, até que Deus ordenou que Moisés escrevesse (Êx 17.14), e alguns acham que o próprio Moisés nunca aprendeu a escrever até que Deus lhe incumbiu de sua cópia na escrita dos Dez Mandamentos sobre as tábuas de pedra. No entanto, temos a certeza de que estes livros são os escritos mais antigos agora existentes, e, portanto, os mais adequados para nos dar um relato satisfatório das coisas mais antigas. Temos diante de nós o primeiro e mais longo dos cinco livros, denominado Gênesis . Escrito, alguns pensam, quando Moisés estava em Midiã para a instrução e consolação de seus irmãos que sofriam no Egito. Prefiro pensar que ele o escreveu no deserto, depois que esteve no monte com Deus, onde, provavelmente, recebeu instruções completas e especí- ficas para a sua escrita. E, assim como ele estruturou o Tabernáculo, fez o tecido mais excelente e durável para este livro, exatamente de acordo como padrão que lhe foramostrado nomonte. Émelhor entender a certeza das coisas aqui contidas, do que qualquer tradição que, possivelmente, pudesse ser entregue desde Adão até Matusalém, desde este até Sem, dele até Abraão, e assim até à família de Jacó. Gênesis é um nome emprestado do grego. Significa origem, ou geração. É, assim, adequadamente nomeado, porque é uma história das origens da criação do mundo, da entrada do pecado e da morte nele, da invenção da arte, do surgimento das nações, e especialmente da implantação da igreja, e da condição dela nos dias an- tigos. Também é uma história das gerações de Adão, Noé, Abraão etc., não infindáveis, mas que são genealogias úteis. O início do Novo Testamento também é chamado de Gênesis (Mt 1.1), Biblos geneseos , o livro do gênesis , ou da geração de Jesus Cristo. Bendito seja Deus por este livro que nos mostra o remédio, ao abrir as nossas feridas. Senhor, abre nossos olhos, para que possamos enxergar as coisas maravilhosas tanto da tua lei como do teu evangelho! G ÊNESIS U MA EXPOSIÇÃO COM OBSERVAÇÕES PRÁTICAS . 144 C APÍTULO 31 Esse capítulo é um resumo do capítulo seguinte e seus títulos são muito semelhantes. Aqui: I. Um ai àqueles que, por ocasião da invasão do exérci- to assírio, confiaram nos egípcios e não em Deus para obter socorro (vv. 1-3). II. A garantia de que Deus iria cuidar de Jerusalém nesse momento de perigo e infortúnio (vv. 4,5). III. Uma exortação ao arrependimento e à conversão (vv. 6,7). IV. Uma profecia a respeito da derrota do exército assírio e o grande pavor pelo qual o rei dos assírios iria passar (vv. 8,9). Reprovação Pela Confiança no Egito vv. 1-5 Esse é o último dos quatro capítulos que começam com um “Ai”, e todos eles se referem às aflições dos pecadores encontrados entre os praticantes do povo de Deus, aos bêbados de Efraim (cap. 28.1), a Ariel (cap. 29.1), aos filhos rebeldes (cap. 30.1) e, nesse capítulo, àqueles que desceram ao Egito para buscar socorro. Pois a relação que os homens têm com a igreja não irá protegê-los dos castigos divinos, se viverem desafiando as leis divinas. Observe: I Qual foi o pecado aqui repreendido (v. 1). 1. Idola- trar os egípcios e cortejá-los. Como se fosse feliz um povo que tivesse os egípcios como seus amigos e aliados. Eles desceram até o Egito à procura de ajuda em todas as suas necessidades, como se os adoradores dos falsos deuses atraíssem, muito, os favores do céu e, provavel- mente, fossem mais bem-sucedidos na terra do que os servos do Deus vivo e verdadeiro. O que os levou ao Egito foi o fato de os egípcios terem muitos carros para acomodá-los e cavalos e cavaleiros que eram poderosís- simos. Se pudessem conseguir um bom conjunto de ho- mens para o seu serviço eles se sentiriam capazes de en- frentar o rei da Assíria e o seu numeroso exército. Seus reis estavam proibidos de multiplicar cavalos e carros e foram advertidos sobre a loucura de confiar nos egípcios (Sl 20.7), mas se consideravam mais sábios que a sua Es- critura Sagrada. 2. Desprezar o Deus de Israel. Eles não atentaram para o Santo de Israel, como se Ele não fosse digno de receber sua atenção nesse infortúnio. Eles não buscaram o seu conselho, nem o seu favor e nem se preo- cuparam em fazer do S enhor o amigo deles. II O grande absurdo e a grande loucura desse peca- do. 1. Mesmo não desejando esperar nada da par- te de Deus, eles negligenciaram Aquele que tinham ra- zões para temer. Eles não buscaram o S enhor , nem fizeram nenhuma solicitação ao que “... é sábio ” (v. 2). Eles estavam ansiosos para chegar ao Egito e fazer uma aliança com os egípcios porque tinham a reputação de ser um povo político, mas será que Deus também não é sábio? E sua infinita sabedoria, se tivesse estado com- prometida com eles, não iria servi-los melhor que todas as políticas do Egito? Eles estavam enfrentando dificul- dades para descer ao Egito e fazer uma viagem que seria muito tediosa, quando poderiam ter recebido melhores conselhos e melhor ajuda se tivessem procurado o céu, mas isso eles não queriam fazer. Mas, como não corteja- ram a sabedoria de Deus para agir em seu benefício, eles iriam descobrir que ela agiria contra eles. “ Todavia, também ele é sábio ”, demasiado sábio para eles o enga- narem, e levaria desgraça àqueles que assim o afronta- ram. Ele não irá responder às suas palavras como fazem os homens (porque eles são inconstantes e tolos), mas “... se levantará contra a casa dos malfeitores ”, contra esse grupo de conspiradores que desceu ao Egito. Deus irá aparecer para eles na sua confusão, de acordo com as palavras que falou e irá se opor à ajuda que pensam re- ceber “... dos que praticam a iniqüidade ”. Alguns pen- sam que os egípcios exigiram uma condição para fazer aliança com eles, isto é, que eles deveriam adorar os seus deuses. E eles consentiram em fazer isso, portanto, se- rão ambos chamados de “malfeitores” e de pessoas que “praticam a iniqüidade”. 2. Eles confiaram naqueles que eram incapazes de ajudá-los e que em seguida iriam de- monstrar essa incapacidade (v. 3). Eles deviam saber que os egípcios, de quem dependiam tanto, eram “... homens e não Deus ”. É bom que os homens saibam que são me- ros homens (Sl 9.20), portanto, será bom para conside- rarmos que aqueles que amamos, e em quem confiamos, são meros homens. Portanto, eles nada podem fazer sem Deus, nada podem fazer contra Ele, e também nada do que fazem pode se comparar àquilo que Ele pode fazer. Eles são homens, portanto inconstantes e tolos, mutá- veis e mortais, hoje estão aqui e amanhã já se foram. Eles são homens, portanto, não devemos fazer deles deu- ses, depositando neles a nossa esperança e tornando-os dignos de confiança, esperando deles aquilo que somente pode ser encontrado em Deus. Eles não são Deus, não podem fazer por nós o mesmo que Deus pode fazer e fará, se nele confiarmos. Não devemos, então, negligen- ciá-lo, mas buscá-lo. Não devemos deixar Jesus Cristo por canas quebradas, nem o manancial de águas vivas por cisternas rotas (veja Jr 2.13). Os egípcios tinham, realmente, cavalos que eram poderosíssimos, mas estes eram “... carne e não espírito ”; portanto, por mais fortes que fossem poderiam ficar cansados com a longa cami- nhada e tornar-se inúteis, ou então ser feridos ou mortos na batalha e deixar que seus cavaleiros fossem atropela- dos. Todos sabem que os egípcios não são Deus e que os seus cavalos não são espírito. Mas aqueles que procuram sua ajuda não consideram isso, pois do contrário não te- riam confiado tanto neles. Os pecadores podem ser acu- sados de serem insensatos pelas verdades mais eviden- tes e claras, que eles não podem negar; porém insistem em não crer nelas. 3. Certamente eles seriam consumi- dos, ao lado dos egípcios nos quais confiavam (v. 3). Bas- taria o S enhor estender sua mão para, fácil e eficazmen- te, fazer com que ficassem envergonhados da sua confiança no Egito e também deixar envergonhados os egípcios por tê-los encorajado a confiar neles. Pois “... tanto o auxiliador como o ajudado, e todos juntamente serão consumidos ” e sua mútua aliança será a prova da ruína de ambos. Os egípcios seriam punidos muito cedo; isto fica claro a partir da repreensão que recebem (cap. 19). E, então, aqueles que fugiram à procura de abrigo e vv. 1-5 ISAÍAS 31 Os mais capacitados para dar testemunho de Cristo são aqueles que estiveram com Ele, pela fé, esperança e amor, e vivendo uma vida de comunhão comDeus nele. Os ministros devem, primeiro, aprender a respeito de Cris- to, e depois, pregá-lo. Falam melhor sobre as coisas de Deus aqueles que falam com base em experiências. É particularmente uma grande vantagem o fato de conhe- cer a Cristo desde o início, e poder compreender todas as coisas de forma detalhada (Lc 1.3). Ter estado com Ele desde o início dos nossos dias. Conhecer o Senhor o mais cedo possível na vida e viver constantemente no Evange- lho de Cristo farão de um homem um bom despenseiro. C APÍTULO 16 Dentre outras coisas gloriosas que Deus falou so- bre si mesmo, temos esta: “Eu firo e eu saro”, Deu- teronômio 32.39. O sermão de Cristo neste capítu- lo, que dá continuidade e conclui seu sermão de despedida aos seus discípulos, faz a mesma coisa. I. Há mensagens que ferem, como o aviso que Ele lhes dá, sobre os problemas que os esperavam, vv. 1-6. II. Há mensagens que curam, como o consolo que Ele lhes fornece, para sustentá-los sob tais di- ficuldades, as quais são cinco: 1. Que Ele lhes envi- aria o Consolador, vv. 7-15. 2. Que Ele os visitaria novamente, na sua ressurreição, vv. 16-22. 3. Que Ele lhes garantiria uma resposta de paz a todas as suas orações, vv. 23-27. 4. Que agora Ele estava apenas retornando ao seu Pai, vv. 28-32. 5. Que, quaisquer que fossem os problemas que eles en- contrassem neste mundo, por virtude da sua vitó- ria sobre este mundo, eles poderiam ter a certeza de que teriam paz nele, v. 33. A Perseguição É Predita. A Conveniência da Partida de Cristo vv. 1-6 Cristo lida fielmente com seus discípulos quando os envia nas suas missões, pois lhes contou o pior, para que pudessem se sentar e considerar o custo. Ele lhes tinha dito, no capítulo anterior, que esperassem o ódio do mundo. Agora aqui, nestes versículos: I Ele lhes dá um motivo pelo qual os alarmou, desta forma, com a expectativa de problemas: “Tenho-vos dito essas coisas para que vos não escandalizeis”, v. 1. 1. Os discípulos de Cristo podem se escandalizar com a cruz, e o escândalo da cruz é uma tentação perigosa, até mesmo para os bons homens, que os tenta a voltar as costas para os caminhos de Deus, ou para se afastar de- les, ou para prosseguir pesadamente neles; para deixar, ou sua integridade, ou seu conforto. Não é por acaso que uma ocasião de sofrimento é chamada de “hora da tenta- ção”. 2. Nosso Senhor Jesus, ao nos avisar sobre os pro- blemas, pretendia remover o terror, para que eles não fossem uma surpresa para nós. De todos os adversários da nossa paz, neste mundo de dificuldades, nenhum nos insulta mais violentamente, nem nos deixa mais em de- sordem, do que os desapontamentos. Mas nós podemos receber facilmente um visitante que esperamos, e estan- do precavidos, estaremos armados com antecedência – Praemoniti, praemuniti . II Ele prediz particularmente o que eles iriam sofrer (v. 2): “Os que detêm o poder, ‘expulsar-vos-ão das sinagogas’. E isto não é o pior, eles os matarão”. Ecce duo-gladii – Eis que há duas espadas sacadas contra os seguidores do Senhor Jesus. 1. A espada da reprovação eclesiástica. Ela é sacada, contra eles, pelos judeus, pois eles eram os únicos pre- tendentes ao poder da igreja. Eles “expulsar-vos-ão das sinagogas”, aposynagogous poiesousin hymas – eles irão excomungá-los . (1) “Eles irão expulsá-los das sina- gogas das quais vocês são membros”. A princípio, eles os açoitaram nas suas sinagogas, por serem pessoas que desprezavam a lei (Mt 10.17), e no final, os expulsaram, por serem incorrigíveis. (2) “Eles irão expulsá-los da congregação de Israel em geral, a igreja nacional dos ju- deus. Irão negar-lhes os privilégios desta igreja, e os co- locarão na condição de criminosos", qui caput gerit lupi- num – golpeados na cabeça, como outro lobo. Eles os considerarão como samaritanos, como homens pagãos e publicanos. Interdico tibi aqua et igne – Eu proíbo a você o uso de água e fogo . E, se não fosse pelas punições, confiscos e anulações, que ocorreram conseqüentemen- te, não seria nenhuma ofensa ser expulso, desta manei- ra, de uma casa infectada e decadente. Observe que sempre foi o destino dos discípulos de Cristo serem in- justamente excomungados. Muitas boas verdades fo- ram consideradas anátemas, e muitos filhos de Deus fo- ram entregues a Satanás. 2. A espada do poder civil: “A ocasião é chegada, a hora é chegada. Agora, provavelmente, as coisas serão piores para vocês do que têm sido até agora. Quando vo- cês forem expulsos como hereges, eles os matarão, e pensarão estar fazendo um serviço a Deus, e muitos ou- tros pensarão a mesma coisa”. (1) Vocês perceberão que eles são realmente cruéis: eles os matarão. As ovelhas de Cristo eram consideradas como ovelhas para o mata- douro. Os doze apóstolos (nós sabemos) foram todos mortos, exceto João. Cristo tinha dito (cap. 15.27): “Vós... testificareis”, martyreite – vós sereis mártires , selareis a verdade com vosso sangue, o sangue do vosso coração. (2) Vocês perceberão que eles são, aparente- mente, conscienciosos. Eles julgarão fazer um serviço a Deus. Eles parecerão latreian prospherein – oferecer um bom sacrifício a Deus. Assim como aqueles que ex- pulsavam os servos de Deus antigamente, e diziam: “O Senhor seja glorificado”, Isaías 66.5. Observe: [1] É pos- sível que aqueles que são verdadeiros inimigos do servi- ço a Deus finjam ter um zelo vigoroso por ele. A obra do Diabo, muitas vezes, foi feita usando o uniforme de Deus, e um dos mais perversos inimigos que o cristianis- mo jamais teve esteve no templo de Deus. Na verdade: [2] É comum tratar com condescendência a um inimigo do Evangelho, sob o pretexto de um dever para com Deus, e um serviço à sua igreja. O povo de Deus sofreu as maiores aflições por parte de perseguidores consci- enciosos. Paulo realmente pensava que tinha que fazer o que fez, contra o nome de Jesus. Isto não diminui, em vv. 1-6 JOÃO 16 998 368 um sacrifício. Pois, assim como os mais importantes não estão acima da reprovação, os mais pobres também não estão fora do alcance da justiça divina. Nenhum pecador dentre o povo passava despercebido, mesmo estando em meio a uma multidão. 3. Que uma oferta pelo pecado não só era admitida, mas aceita, mesmo em benefício de al- guém do povo, e que a expiação seria realizada através dela, vv. 31,35. Aqui, ricos e pobres, príncipes e plebeus se encontram. Todos são igualmente bem-vindos a Cris- to, e a tomar parte no seu sacrifício, sob os mesmos ter- mos. Veja Jó 34.19. II A partir de todas essas leis relativas às ofertas pelo pecado, podemos aprender: 1. A odiar o peca- do, e a nos guardar contra ele. É, com certeza, algo muito ruim ter que fazer uma expiação em que tantos animais inocentes e úteis devam ser mortos e dilacerados. 2. A dar ainda mais valor a Cristo, a extraordinária e verda- deira oferta pelo pecado. O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado, algo que o sangue de touros e bodes jamais poderia fazer. Ora, Cristo é a propiciação pelos pecados de todos aqueles que nele crerem (1 Jo 2.1,2), não apenas para os judeus, mas também para os gentios. E talvez houvesse na oração de Cristo alguma alusão a esta lei relativa aos sacrifícios pelos pecados co- metidos por ignorância, no exato momento em que Ele estava se oferecendo como sacrifício: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem. C APÍTULO 5 Este capítulo, e parte do próximo, diz respeito à expiação. A diferença entre esta oferta e a expia- ção do pecado não está tanto nos sacrifícios em si, e nos seus manuseios, mas nas ocasiões em que eram oferecidas. Ambas tinham o propósito de fazer expiação pelo pecado. Mas o primeiro era mais genérico, e este era mais aplicado em casos específicos. Observe o que é dito aqui: I. A respeito da expiação. Se um homem pecar: 1. Ao esconder o seu conhecimento, quando for reque- rido seu testemunho, v. 1. 2. Ao tocar uma coisa imunda, vv. 2,3. 3. Ao jurar, v. 4. 4. Ao se apropriar de maneira fraudulenta de coisas santas, vv. 14-16. 5. Em qualquer pecado de enfermidade, vv. 17-19. Alguns outros casos em que sacrifícios deveriam ser oferecidos, cap. 6.2-4; 14.12; 19.21; Números 6.12. II. A respeito das ofertas de expiação: 1. Do rebanho, vv. 5,6. 2. Das aves, vv. 7-10. 3. Da flor de farinha, vv. 11-13. Mas principalmente um carnei- ro sem mancha, v. 15ss. A Lei da Expiação do Pecado vv. 1-6 I As ofensas supostas aqui são: 1. Um homem escon- der a verdade quando for uma testemunha, após ju- rar dizer a verdade, toda a verdade, e nada mais do que a verdade. Os juízes entre os judeus tinham o poder de conjurar não só a testemunha, como acontece conosco, mas a pessoas suspeitas (o contrário da norma da nossa lei, que diz que nenhum homem é obrigado a acusar a si mesmo), como quando o sumo sacerdote conjurou nosso Salvador, que logo em seguida respondeu, embora antes tivesse ficado em silêncio, Mateus 26.63,64. Agora (v. 1), se alguma pessoa pecar, se ouvir uma voz de blasfêmia, de que for testemunha (ou seja, se uma pessoa for con- vocada a testificar do que sabe, tendo o juramento do Senhor sobre si, 1 Reis 8.31), se em tal caso, por medo de ofender alguém que tem sido seu amigo ou mesmo seu inimigo, se recusar a dar evidências, ou dá-las ape- nas em parte, este levará a sua iniqüidade. E este é um fardo pesado, que, se nenhuma providência for tomada para removê-lo, fará um homem cair nas profundezas do inferno. Aquele que ouvir uma blasfêmia (isto é, sendo, portanto, testemunha) e não denunciar (isto é, ocultar a sua evidência, e não pronunciá-la) será cúm- plice do pecador, e aborrecerá a sua própria alma. Veja Provérbios 29.24. Todos aqueles que forem convocados a testemunhar deverão pensar nesta lei, sendo livres e abertos quanto às suas evidências, tomando o cuidado de não prevaricar. Um juramento do Senhor é uma coisa sagrada, com a qual jamais se deve brincar. 2. Um ho- mem tocar qualquer coisa que estivesse cerimonialmen- te imunda, vv. 2,3. Se um homem, contaminado por esse toque, entrou no santuário desconsideradamente, ou se negligenciou lavar-se conforme a lei, então ele deveria considerar a si mesmo sob a culpa, e trazer a sua oferta. Embora ao tocar a coisa imunda ele contraísse apenas uma profanação cerimonial, negligenciar lavar-se de acordo com a lei, porém, era um exemplo de descaso ou desprezo que contraía uma culpa moral. Pode ser que a princípio isto esteja oculto para ele. Mas se tiver consci- ência disto, será culpado. Observe que sempre que Deus, por seu Espírito, convencer nossas consciências de qual- quer pecado ou obrigação, devemos manifestar imedia- tamente nossa convicção, e levá-la a julgamento, não nos envergonhando de reconhecer nossos erros anteriores. 3. Juramento imprudente. Se um homem se comprome- ter por um juramento através do qual fará ou não fará algo, e se a execução de seu juramento provar depois ser ilícito ou impraticável, pelo qual ele está dispensado de sua obrigação, ele deverá trazer uma oferta para expiar a sua loucura ao ter jurado de forma tão imprudente; é como o caso de Davi, que mataria Nabal. E então ele deveria dizer diante do anjo que foi erro, Eclesiastes 5.6. Ele será culpado em uma dessas coisas (cap. 5.4): culpa- do se não cumprir o seu juramento. E se o seu conteúdo for mau, será culpado se o cumprir. Dilemas perversos como estes fazem com que os homens se envolvam em suas próprias imprudências e loucuras. Onde quer que forem, suas consciências estarão feridas, e o pecado os encarará face a face. Eles foram presos, de forma tão triste, pelas palavras de sua boca. Um dilema como esse é mais triste do que o dos leprosos: “Se ficarmos para- dos, morreremos. Se nos mexermos, morreremos”. A sabedoria e a vigilância preveniriam, com antecedência, estas dificuldades. II Agora, nestes casos: 1. O ofensor deve confessar o seu pecado e trazer a sua oferta (vv. 5,6). E a vv. 1-6 LEVÍTICO 5 . 363 para aqueles que não estão acostumados a elas. Sião, neste sofrimento, uma vez que seus vizinhos se recu- sam a ter piedade dela, lamenta-se, suspira profunda- mente (este é o sentido da frase), e “ estende as mãos ”, torcendo-as em virtude da dor ou estende-as pedindo ajuda. Seu clamor é: “ Ai de mim agora !” (agora que a sentença contra ela fora emitida e não pode ser cance- lada), “ Porque a minha alma desmaia diante dos as- sassinos ”. Os soldados caldeus passavam à espada to- dos os que faziam qualquer oposição a eles, de modo que a terra estava repleta de assassinos. Sião estava cansada de ouvir histórias trágicas vindas de todas as partes da nação, e gritava: Ai de mim! Seria bom se os seus sofrimentos os lembrassem e os conscientizassem dos seus pecados, dos assassinatos cometidos por eles, e dos assassinatos cometidos por causa deles. Pois Deus estava agora realizando um julgamento pelo sangue inocente derramado em Jerusalém, algo que Ele não perdoava (2 Rs 24.4). Observe que assim como o pecado desmascarará o pecador, mais cedo ou mais tarde a afli- ção também desmascarará aquele que se mostrar con- fiante em si mesmo. C APÍTULO 5 Nesse capítulo observamos a reprovação ao pecado e a ameaça de julgamentos de uma forma entre- meada, as quais são colocadas em oposição entre si: os julgamentos são ameaçados para que as re- provações ao pecado possam ser mais eficazes em levá-los ao arrependimento. O pecado é revelado, para que Deus possa ser justificado nos julgamen- tos ameaçados. I. Os pecados de que eles são acusa- dos são muito graves: injustiça (v. 1), hipocrisia na religião (v. 2), incorrigibilidade (v. 3), a corrupção e depravação de ricos e pobres (vv. 4,5), a idola- tria e o adultério (vv. 7,8), as separações de Deus através da traição (v. 11), e o desacato insolente a Ele (vv. 12,13). O que está no fundo de tudo isso é a falta de temor a Deus, apesar das freqüentes intimações que lhes eram feitas para que o temes- sem (vv. 20-24). No encerramento do capítulo, eles são acusados de violência e opressão (vv. 26-28), e é apontada uma coligação para perverter a nação por parte daqueles que deveriam ter sido ativos em modificá-la (vv. 30,31). II. Os julgamentos com que eles são ameaçados aqui são terríveis. De maneira geral, eles sofrerão um ajuste de contas (vv. 9,29). Um inimigo estrangeiro será trazido sobre eles (vv. 15-17), os vigiará (v. 6), destruirá seus muros (v. 10), os levará em cativeiro (v. 19) e afastará deles todas as boas coisas (v. 25). Com isso, se cumprirão as pa- lavras dos profetas de Deus (v. 14). Mas, III. Aqui é dada, por duas vezes, uma indicação de que Deus, em meio à sua ira, se lembraria da misericórdia, e não os destruiria completamente (vv. 10,18). Este era o objetivo da pregação de Jeremias no final do reinado de Josias, e no início do reinado de Jeoa- quim. Mas o sucesso da sua pregação não corres- pondeu às expectativas. A Corrupção Universal da Época vv. 1-9 Aqui temos: I Um desafio, para que se apresente um homem justo e honesto, ou pelo menos um número considerável de homens com estas qualidades, em Jerusalém (v. 1). Jerusalém tinha se tornado como o mundo antigo, em que toda carne havia corrompido o seu caminho. Havia alguns, talvez, que se adulavam com esperanças de que houvesse muitos homens bons em Jerusalém, que esti- vessem na brecha para desviar a ira de Deus. E poderia haver outros que se vangloriavam do fato de que ela era a cidade santa, e pensavam que isso poderia salvá-la. Mas Deus lhes pede que procurem na cidade, e indica que dificilmente encontrariam nela um homem que pra- ticasse a justiça e se preocupasse com o que dizia e fazia: Procurem nas ruas – onde eles comparecem e convivem, e nas praças, onde praticam o seu comércio. Vejam se é possível encontrar um homem, um magistrado (segundo alguns) que julgue, e que pratique a justiça de modo im- parcial, que coloque em prática as leis contra a maldade e a profanação. Quando os fiéis desistem e fracassam é o momento de clamar: “Ai de mim!” (Mq 7.1,2), é o momen- to apropriado para clamar: “Salva-nos, Senhor” (Sl 12.1). Se aqui e ali houver um homem que é verdadeiramente consciencioso, e pelo menos diz a verdade, ainda assim vocês não o encontrarão nas ruas e nas praças. Ele não ousará aparecer publicamente, para não ser maltratado e destruído. “A verdade anda tropeçando pelas ruas” (Is 59.14) e é forçada a procurar cantos. Tão agradável se- ria para Deus encontrar alguém por quem perdoasse a cidade. Se houvesse pelo menos dez homens justos em Sodoma, se houvesse pelo menos um, em mil, em dez mil, em Jerusalém, ela seria poupada. Veja o quanto Deus está disposto a perdoar, e quão rápido Ele é para mos- trar misericórdia. Mas alguém poderia dizer: O que pen- sar daqueles, em Jerusalém, que continuam a professar a religião e o relacionamento com Deus? Eles não são homens por quem Jerusalém pudesse ser poupada? Não, pois não são sinceros em sua profissão de fé (v. 2): “ Ain- da que digam: Vive o S enhor ”, e jurem somente pelo seu nome, “ decerto falsamente juram ”, isto é: 1. Não são sinceros na profissão que fazem de res- peito a Deus, mas são falsos a Ele. Eles o honram com seus lábios, mas seus corações estão distantes dele. 2. Embora apelem somente a Deus, não se preocupam em chamá-lo para testemunhar uma mentira. Embora não jurem por ídolos, eles abjuram a si mesmos, o que não é uma afronta menor a Deus, que é o Deus da verdade, do que a outra, pois Ele é o único Deus verdadeiro. II Uma queixa que o profeta faz a Deus, sobre a obs- tinação e determinação desse povo. Deus tinha apelado aos olhos deles (v. 1). Mas aqui o profeta apela aos seus olhos (v. 3): “ S enhor , não atentam os teus olhos para a verdade ?” Tu não vês o verdadeiro caráter de cada homem? E não é esta a verdade do caráter deles, o fato de que “ endureceram as suas faces mais do que uma rocha ”? Ou, Eis que Tu desejas a verdade interior. Mas onde ela pode ser encontrada, entre os homens desta ge- vv. 1-9 JEREMIAS 5 apóstolos em grande estima (v. 13), mostrava extrema reverência, falava deles com muito respeito e os repre- sentava como os preferidos dos céus e os portadores de bênçãos indizíveis para esta terra. Embora os principais dos sacerdotes os vilipendiassem e fizessem de tudo para torná-los desprezíveis, isso não bastou para impe- dir que o povo os tivesse em grande estima , que visse os fatos sob a verdadeira luz. Note que os apóstolos esta- vam longe de se considerarem em grande estima . Eles eram muito cuidadosos e fiéis em transmitiam a glória de tudo que faziam a Jesus. Mesmo assim, o povo ti- nha-os em grande estima , pois os que se humilham serão exaltados, e os honrados serão os que honram somente a Deus. 3. A igreja aumentou em número: A multidão dos que criam no Senhor (v. 14) e, sem dúvida, se uniram à igreja, quando viram que Deus estava verdadeiramente nisso, crescia cada vez mais , formando uma multidão [...] tanto de homens como de mulheres . O povo estava longe de ser intimidado pelo tratamento exemplar dado ao caso de Ananias e Safira. Pelo contrário, o incidente atraiu o povo a uma sociedade que detinha tal disciplina rígida. Observe: (1) Os que crêem no Senhor Jesus unem-se a Ele e, assim, unem-se ao seu corpo místico, do qual nada pode nos separar e nos excluir, a não ser aqui- lo que nos separa e nos exclui de Cristo. Muitos são leva- dos ao Senhor, e ainda há lugar para outros se unirem a Ele, fazendo crescer o número dos que a Ele se ache- gam. Esse crescimento continuará até que o mistério de Deus termine e o número dos eleitos se complete. (2) O texto sacro ressalta a conversão de mulheres bem como de homens . A observação é mais interessante por se tra- tar de igreja judaica, na qual eles não receberam o sinal da circuncisão nem foram obrigados a participar das festas solenes. O Pátio das Mulheres era um dos pátios externos do templo. Mas, como ocorreu entre os que se- guiram Jesus quando Ele estava na terra, assim entre os que criam nele depois que Ele foi para o céu, grande atenção é dada às mulheres piedosas. 4. Os apóstolos tinham muitos pacientes e ganharam boa reputação para si e para a doutrina através da cura de todos esses pacientes (vv. 15,16). Os sinais e prodí- gios [...] feitos [...] pelas mãos dos apóstolos (v. 12) eram tantos que todo tipo de pessoa se apresentava para ser abençoada, tanto em cidades quanto em paí- ses, e tais pessoas não deixavam de receber a bênção. (1) Nas cidades: As pessoas transportavam os enfer- mos para as ruas (v. 15), pois é provável que os sa- cerdotes não permitissem que os enfermos fossem leva- dos ao Alpendre de Salomão no templo, e os apóstolos não tinham tempo para ir à casa de cada um deles. E as pessoas os punham em leitos e em camilhas (porque es- tavam fracos demais para andar ou ficar de pé), para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles , ainda que não alcançasse a todos. Ao que parece, este procedimento teve o efeito deseja- do, como teve o toque da mulher na orla das vestes de Jesus. Nisto, entre outras coisas, cumpriu-se a palavra de Jesus: Aquele que crê emmim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas (Jo 14.12). Deus expressa seu cuidado ao seu povo sendo Ele a som- bra à direita do seu povo (Sl 121.5). A influência benigna de Jesus como rei é comparada à sombra de uma grande rocha (Is 32.2). Pedro se coloca entre os pacientes e o sol, e assim os cura, os priva de depender da suficiência hu- mana, para que esperem somente na ajuda daquele Espírito de graça com o qual ele foi cheio. Se tais mila- gres foram feitos pela sombra de Pedro , temos razão para pensar que o mesmo ocorreu com os outros apósto- los. Estes milagres eram semelhantes aos feitos por in- termédio dos lenços e aventais do corpo de Paulo (cap. 19.12). É claro que em ambas as situações havia na men- te efetiva dos apóstolos a intenção de curar. Portanto, é absurdo deduzir que haja virtude curativa nas relíquias de santos que estão mortos. Não temos registro históri- co de curas ocorridas pelas relíquias do próprio Jesus, depois que Ele ascendeu, pois certamente o teríamos caso tivesse havido alguma. (2) Nas cidades do interior: Multidões das cidades circunvizinhas (v. 16) iam a Je- rusalém, conduzindo enfermos , fisicamente doentes, e atormentados de espíritos imundos , mentalmente do- entes, os quais todos eram curados . Os corpos afligidos por doenças diversas e as mentes perturbadas foram restaurados. Assim, por meio destes milagres de origem divina, os apóstolos tiveram a oportunidade de conven- cer o bom senso do povo da doutrina que eles anuncia- vam, além de prender o sentimento do povo a eles e à doutrina. Era um exemplo da tendência benéfica da dou- trina de Jesus para o bem-estar deste mundo mau. Os Apóstolos São Presos. Os Apóstolos São Libertados por um Anjo. A Decepção do Conselho vv. 17-25 Nunca uma boa obra prosseguiu com esperança de sucesso sem encontrar oposição. Não há meio de as pes- soas propensas a prejudicar se reconciliarem com quem têm a função de fazer o bem. Satanás, o destruidor do gênero humano, sempre foi e sempre será adversário de quem for o benfeitor do gênero humano. Teria sido es- tranho se os apóstolos tivessem prosseguido a ensinar e curar sem terem tido nenhum contratempo. Nestes ver- sículos, temos a malignidade do inferno e a graça do céu lutando por eles, um para afastá-los desta boa obra, o outro para incentivá-los nela. I Os sacerdotes ficaram enfurecidos com os apóstolos e os meteram na prisão (vv. 17,18). Observe: 1. Quem eram os inimigos e perseguidores dos apóstolos. O líder do grupo era o sumo sacerdote Anás ou Caifás, que viu sua riqueza, dignidade, poder e tirania, ou seja, tudo o que tinha, em risco e inevitavelmente perdido, se a dou- trina espiritual e divina de Jesus se firmasse e prevale- cesse entre o povo. Os membros da seita dos saduceus fo- ram os primeiros a se unir nesse empreendimento com o sumo sacerdote, pois cultivavam uma inimizade peculiar ao evangelho de Cristo, que confirmava e estabelecia a doutrina do mundo invisível, a ressurreição dos mortos e o estado futuro que eles negavam. Não é estranho que ho- mens sem religião sejam fanáticos em se opor à religião pura e verdadeira. 2. Como os inimigos dos apóstolos fo- ram afetados por eles, insatisfatoriamente afetados, e 51 ATOS DOS APÓSTOLOS 5 vv. 17-25 7 suas ordens, para encorajá-lo. Realmente, é animador para aqueles que lideram de boa vontade ver que os que o seguem, o seguem de boa vontade. Josué, embora de valor aprovado, não recebeu essas palavras de ânimo como uma afronta, mas viu nelas grande amabilidade. C APÍTULO 2 Nesse capítulo, temos um relato dos observadores que estavam encarregados de trazer um relatório a Josué da situação da cidade de Jericó. Observe aqui: I. Como Josué os enviou (v. 1). II. Como Ra- abe os recebeu, os protegeu e mentiu a respeito deles (vv. 2-7), para que pudessem escapar das mãos dos seus inimigos. III. O relato que ela deu a eles a respeito da presente situação de Jericó, e o pânico que havia tomado conta deles pela chegada de Israel (vv. 8-11). IV. A barganha que ela fez com eles pela segurança dela e de seus parentes pró- ximos, diante da ruína que ela pressentia chegar à sua cidade (vv. 12-21). V. O retorno seguro deles a Josué, e o relato que deram da sua campanha militar (vv. 22-24). E o que torna essa história no- tável é que Raabe, a principal pessoa participante dela, é celebrada no Novo Testamento como uma grande crente (Hb 11.31), e como alguém cuja fé se reverteu em boas obras (Tg 2.25). O Dois Espias e Raabe vv. 1-7 Nesses versículos, temos: I A prudência de Josué, em enviar espias para ob- servar essa importante passagem, que certamente seria combatida na entrada de Israel em Canaã (v. 1). Andai e observai a terra e a Jericó . Moisés tinha envia- do espias (Nm 13). O próprio Josué era um deles, e esse episódio trouxe conseqüências desastrosas. No entanto, Josué agora enviou espias, não como os anteriores, para observar toda a terra, mas somente Jericó; não para trazer um relato a toda a congregação, mas somente a Josué, que, semelhantemente a um general vigilante, estava continuamente projetando para o bem público, e era particularmente cuidadoso para iniciar bem as sua jornadas e não tropeçar logo no princípio. Certamente, não era apropriado que Josué se aventurasse além do Jordão e tomasse suas notas sobre a região incógnito – de forma disfarçada . Mas ele envia dois homens (dois homens jovens, diz a LXX) para ver a terra, para que, com base no relato deles, ele possa tomar as medidas para atacar Jericó. Observe: 1. Não há alternativa, gran- des homens devem ver com os olhos de outras pessoas, o que torna necessário que sejam cautelosos na escolha das que pessoas que enviam, visto que grande parte fre- qüentemente depende da fidelidade deles. 2. A fé na pro- messa de Deus não deve substituir, mas encorajar, nossa diligência no uso dos meios apropriados. Josué tem cer- teza da presença de Deus com ele, e mesmo assim envia homens adiante dele. Não estamos confiando em Deus, mas tentando-o, se nossas expectativas diminuem nossos esforços. 3. Veja quão preparados esses homens estavam para cumprir essa missão perigosa. Embora colocassem suas vidas em jogo, eles se arriscaram em obediência a Josué, seu general, pelo zelo que tinham para com o ser- viço do acampamento, e na dependência do poder des- se Deus que, sendo o guardador de Israel em geral, é o protetor de cada israelita individualmente no caminho do seu dever. II A providência de Deus dirigindo os espias para a casa de Raabe. Não sabemos como eles passaram o Jordão, mas eles entraram em Jericó, que ficava cerca de 12 quilômetros do rio. Lá, enquanto procuravam um lugar adequado para ficar, foram dirigidos para a casa de Raabe, aqui chamada de prostituta , uma mulher que era conhecida pela má fama. O opróbrio estava ligado ao seu nome, embora ela tivesse se arrependido e tivesse sido restaurada. Simão, o leproso (Mt 26.6), embora limpo de sua lepra, levou o opróbrio dessa doença em seu nome até o fim da vida. O mesmo ocorreu com Raabe, a prosti- tuta. E ela é chamada dessa forma no Novo Testamento, onde tanto a sua fé quanto as suas boas obras foram elo- giadas, para nos ensinar: 1. Que a força do pecado não é barreira para a misericórdia indulgente, se houver um arrependimento sincero no tempo oportuno. Lemos que publicanos e prostitutas entram no Reino do Messias e são bem-vindos para receber todos os privilégios desse Reino (Mt 21.31). 2. Que há muitas pessoas que antes da sua conversão eram muito perversas e abomináveis, e, contudo, depois são notáveis na fé e na santidade. 3. Mes- mo aqueles que, por meio da graça, se arrependeram dos pecados da sua mocidade devem esperar levar o opró- brio desses pecados, e quando ouvirem falar das suas antigas faltas deverão renovar seu arrependimento, e, como evidência disso, deverão suportá-lo com paciência. O Deus de Israel, pelo que sabemos, tinha apenas uma aliada em toda a cidade de Jericó, e essa era a prostituta Raabe. Deus com freqüência cumpriu os seus propósi- tos e os interesses da sua igreja por meio de homens de moral questionável. Se esses observadores tivessem ido a qualquer outra casa, certamente teriam sido traídos e mortos sem misericórdia. Mas Deus sabia onde teriam uma aliada que seria leal a eles, embora eles não sou- bessem disso, e os levou para lá. Assim, aquilo que pode nos parecer contingente e acidental é, com freqüência, anulado pela providência divina para servir aos seus grandes objetivos. E aqueles que reconhecem fielmente a Deus em seus caminhos serão guiados com o seu olhar . Veja Jeremias 36.19,26. III A piedade de Raabe em receber e proteger esses israelitas. Aqueles que possuem casas públicas entretêm todas as pessoas que chegam, e se sentem obrigados a ser corteses com os hóspedes. Mas Raabe mostrou a seus hóspedes mais do que uma corte- sia comum e cumpriu um princípio incomum naquilo que fez. Foi pela fé que ela recebeu com paz aqueles contra quem seu rei e país tinham declarado guerra (Hb 11.31). 1. Ela lhes deu as boas-vindas em sua casa. Eles se alo- jaram lá, embora pareça, pelo que disse a eles, que ela JOSUÉ 2 vv. 1-7 frimentos de Cristo foram curtos, no entanto o valor de- les fez com que a nossa dívida fosse totalmente paga. Nos sofrimentos dos pecadores condenados, aquilo que está faltando em valor deve ser completado através de uma duração eterna. Agora, considerando isto, procure- mos nos livrar das mãos de Deus como um adversário, passando para as mãos de Deus como o Pai perfeito, e isto enquanto estamos no caminho; esta é a principal ên- fase contida nesta palavra. Enquanto estamos vivos, es- tamos no caminho; e o nosso tempo é agora, pelo arre- pendimento e pela fé em Cristo (que é o Mediador e tam- bém o Magistrado), para que esta questão seja completa- mente resolvida em nossa vida, enquanto isto pode ser fe- ito, antes que seja tarde demais. Assim, Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo, e deseja que sejamos reconciliados; não importa quem sejamos neste mundo, Ele quer que sejamos reconciliados. Agar- remo-nos no braço do Senhor que está estendido em uma oferta misericordiosa, para que possamos fazer a paz, e assim teremos a paz (Is 27.4,5), porque não poderemos andar junto com Deus até que estejamos de acordo com Ele, plenamente reconciliados com o nosso Senhor. C APÍTULO 13 Neste capítulo temos: I. O bom aproveitamento que Cristo fez da notícia que lhe levaram a respei- to de alguns galileus, que haviam sido recente- mente massacrados por Pilatos, quando estavam sacrificando no templo de Jerusalém, vv. 1-5. II. A parábola da figueira estéril, pela qual somos ad- vertidos a gerar frutos, após o arrependimento ao qual o Senhor havia nos conclamado na passagem anterior, vv. 6-9. III. A cura que Cristo deu a uma mulher enferma em um sábado, e a sua justificati- va, vv. 10-17. IV. Uma repetição das parábolas do grão de mostarda e do fermento, vv. 18-22. V. A resposta do Senhor Jesus à pergunta sobre o nú- mero de salvos, vv. 23-30. VI. A desconsideração que ele coloca sobre a maldade e as ameaças de Herodes, e o destino de Jerusalém, vv. 31-35. O Assassinato dos Galileus vv. 1-5 Temos aqui: I A notícia recente que levaram a Cristo sobre a mor- te de alguns galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios, v. 1. Consideremos: 1. O que foi esta história trágica. Ela é relatada aqui de forma sucinta, e não é encontrada na obra de nenhum dos historiadores da época. Josefo, na verdade, mencio- na que Pilatos matou alguns samaritanos, que, sob a condução de um líder faccioso, estavam se encaminhan- do de uma maneira tumultuosa para o Monte Gerizim, onde ficava o templo dos samaritanos; mas não podemos de modo algum aceitar que aquela história seja a mesma aqui relatada. Alguns pensam que estes galileus eram da facção de Judas Gaulonita, também chamado de Ju- das da Galiléia (At 5.37), que repudiou a autoridade de César e se recusou a pagar tributos a ele. Ou talvez sen- do galileus, fossem apenas suspeitos de serem daquela facção, e assim teriam sido mortos de forma violenta, porque aqueles que estavam associados com aquele em- busteiro estavam fora de seu alcance. Como os galileus estavam sujeitos a Herodes, é provável que este ultraje cometido contra eles por Pilatos tenha ocasionado a rixa que havia entre Herodes e Pilatos, conforme lemos em Lucas 23.12. Não somos informados quanto ao número deles; talvez fossem apenas alguns contra quem Pilatos tivesse algum ressentimento em particular (e portanto a história é ignorada por Josefo). Mas a circunstância ob- servada é que ele misturou o sangue deles com os seus sa- crifícios no pátio do templo. Embora talvez tivessem mo- tivos para temer a maldade de Pilatos, eles não iriam, sob pretexto deste temor, se manter afastados de Jerusalém, para onde a lei os obrigava a subir com os seus sacrifíci- os. O Dr. Lightfoot pensa que provavelmente eles mes- mos estivessem sacrificando (o que era permitido, pois o trabalho do sacerdote, eles diziam, começava com a as- persão do sangue), e que os oficiais de Pilatos se aproxi- maram deles de surpresa, exatamente no momento em que eles estavam desprevenidos (pois os galileus eram homens valorosos, e geralmente estavam bem arma- dos). E assim, aqueles soldados misturaram o sangue dos sacrificadores com o sangue dos sacrifícios, como se isto fosse igualmente aceitável a Deus. Nem a santidade do lugar, nem a santidade do trabalho seriam uma prote- ção contra a fúria de um juiz injusto, que não temia a Deus nem respeitava o homem. O altar, que costumava ser um santuário e um lugar de abrigo, agora se tornou um laço e uma armadilha, um lugar de perigo e matança. 2. Por que a história foi relatada neste momento ao nosso Senhor Jesus. (1) Talvez meramente como uma questão de informação, supondo que Cristo não a tivesse ouvido antes, e como algo que eles lamentavam, e que criam que Ele também lamentaria; porque os galileus eram seus compatriotas. Note que devemos observar as providências tristes, e o conhecimento delas deve ser transmitido a outros, para que tanto eles como nós pos- samos ser devidamente afetados por elas, e fazer delas um bom uso. (2) Talvez seu propósito fosse uma confir- mação do que Cristo havia dito no final do capítulo ante- rior, a respeito da necessidade de fazer a nossa paz com Deus em tempo, antes de sermos entregues ao meiri- nho, isto é, à morte, e então lançados na prisão, quando será tarde demais para fazer acordos: “Agora”, dizem eles, “Mestre, aqui está um exemplo recente de alguns que foram repentinamente entregues ao meirinho, que foram levados pela morte quando não esperavam por ela; portanto, precisamos estar realmente preparados”. Note que devemos observar as providências de Deus e, através delas, poderemos compreender sua Palavra, e também reforçá-la em nossos corações. (3) Talvez eles quisessem provocá-lo – sendo Ele mesmo da Galiléia, e um profeta, e alguém que tinha um grande interesse por aquela terra – com a finalidade de descobrirem como po- deriam se vingar de Herodes pela morte destes galileus. Se eles tinham algum pensamento deste tipo, estavam bastante enganados; porque Cristo estava agora subin- do a Jerusalém, para ser entregue nas mãos de Pilatos. 631 LUCAS 13 vv. 1-5 (2) Em seus caminhos (vv. 15-17): “ Os seus pés são ligeiros para derramar sangue ”; isto é, eles são muito aplicados em tramar qualquer plano cruel, prontos para agarrar todas as oportunidades. Aonde quer que eles vão, a destruição e a miséria os acompanham; essas es- tão em sua companhia – destruição e miséria para o povo de Deus, para o país e vizinhança onde eles vivem, para a terra e nação, e por fim para si mesmos. Além da destrui- ção e a miséria que estão no fim de seus caminhos (a mor- te é o fim dessas coisas), a destruição e a miséria estão em seus caminhos; o pecado deles é seu próprio castigo: um homem não necessita de nada mais para se tornar mise- rável do que ser um escravo de seus pecados. “ ...e não conheceram o caminho da paz ”; isto é, eles não sabem como preservar a paz com outros, nem como obter a paz para si mesmos. Eles podem falar de paz, a paz confor- me a que há no palácio do diabo, enquanto ele a mantém, mas eles são estranhos a toda paz verdadeira; eles não conhecem as coisas que pertencem a sua paz. Esses são citados de Provérbios 1.16 e Isaías 59.7,8. (3) Nós temos a raiz de tudo isso: “ Não há temor de Deus diante de seus olhos ” (v. 18). O temor de Deus está aqui posto para toda religião prática, que consiste em um reverente e sério respeito à palavra e vontade de Deus como nossa regra, e à honra e glória de Deus como nosso fim. As pessoas ímpias não têm isso diante de seus olhos; isto é, elas não se guiam por isso; elas são gover- nadas por outras regras, objetivam a outros fins. Isso é citado de Salmos 36.1. Onde não há nenhum temor de Deus, nenhum bem deve ser esperado. O temor de Deus deve pôr um freio em nossos espíritos e mantê-los na re- tidão (Ne 5.15). Uma vez que o temor é expulso, a oração é diminuída (Jó 15.4), e então tudo cai e se arruína rapi- damente. De maneira que nós temos aqui um breve rela- to da depravação e corrupção geral da humanidade; e que se diga: ó Adão! Que fizeste? Deus fez o homem cor- reto, mas ele buscou muitas invenções. A Justificação pela Fé. Cristo, a Propiciação vv. 19-31 De tudo isso Paulo deduz que é inútil procurar por justificação pelas obras da lei; que ela deve ser obtida somente pela fé, que é o ponto que ele tem todo esse tempo procurado provar, a partir do capítulo 1.17, e que ele estabelece (v. 28) como o sumário de seu dis- curso, com um quod erat demonstrandum – que era para ser demonstrado . “ Concluímos, pois, que o ho- mem é justificado pela fé, sem as obras da lei ”; não pelas obras da primeira lei da pura inocência, que não deixava espaço para o arrependimento, nem pelas obras da lei da natureza, por superiores que fossem, nem pelas obras da lei cerimonial (o sangue de touros e bodes não podiam tirar o pecado), nem pelas obras da lei moral, que certamente estão incluídas; pois ele fala daquela lei pela qual há o conhecimento do pecado e aquelas obras que podem ser questão de orgulho. O homem, em seu estado depravado, sob o poder dessa corrupção jamais poderia, por quaisquer obras pró- prias, obter aceitação da parte de Deus; mas isso deve ser solucionado puramente na livre graça de Deus, dada através de Jesus Cristo a todos os crentes verda- deiros que a recebem como um dom gratuito. Se jamais tivéssemos pecado, nossa obediência à lei seria nossa justiça: “Faça isso e viva”. Mas tendo pecado, e sendo corrompidos, nada que possamos fazer expiará nossa antiga culpa. Era por sua obediência à lei moral que os fariseus esperavam justificação (Lc 18.11). Sendo as- sim, há duas coisas das quais o apóstolo argumenta aqui: a culpabilidade do homem, para provar que nós não podemos ser justificados pelas obras da lei, e a gló- ria de Deus, para provar que nós devemos ser justifica- dos pela fé. I Ele argumenta a partir da culpabilidade do homem, para mostrar a loucura de esperar justificação pelas obras da lei. O argumento é bastante claro: nós jamais po- demos ser justificados e salvos pela lei que nós temos in- fringido. Um traidor condenado jamais pode se livrar ape- lando para a lei de 25 Eduardo III, pois essa lei revela seu crime e o condena: na verdade, se ele jamais a infringiu, ele poderia ter sido justificado por ela; mas agora que aconte- ceu de ele tê-la infringido, então não há meio de se livrar senão apelando ao ato de imunidade, com base no qual ele se entregou e se submeteu, e humilde e penitentemente reivindica o seu benefício e se lança sobre ele. Sendo assim, a respeito da culpabilidade do homem: 1. Ele a fixa de maneira particular sobre os judeus: porque eles eram os homens que tinham seu orgulho na lei e procuravam justificação por meio dela. Ele citou di- versas passagens do Antigo Testamento para mostrar essa corrupção: Agora, ele diz (v. 19), “ ...tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz ”; essa condenação pertence tanto aos judeus quanto a outros, porque está escrita em sua lei. Os judeus se orgulhavam de estar sob a lei, e colocavammuita confiança nela: “Mas”, diz ele, “a lei te sentencia e te condena – tu sabes disso”. Para “ ...que toda boca esteja fechada ” – para que todo orgulho possa ser silenciado. Veja o método que Deus emprega tanto ao justificar quanto ao condenar: Ele fecha cada boca; aqueles que são justificados têm suas bocas fecha- das por uma convicção humilde; aqueles que são conde- nados também têm suas bocas fechadas, porque eles no final serão sentenciados (Jd 15), e enviados calados para o inferno (Mt 22.12). “ Todos os iníquos fecham a boca ” (Sl 107.42). 2. Ele estende isso em geral a todo o mundo: Para “ ...que todo o mundo seja condenável diante de Deus ”. Se o mundo está no maligno (1 Jo 5.19), sem dúvida ele é cul- pado. Seja condenável ; isto é, possa ser provado culpado, passível de punição, todos por natureza sendo “ ...filhos da ira ” (Ef 2.3). Todos eles devem se declarar culpados; aque- les que se baseiam em sua própria justificação certamente serão expulsos. Culpado diante de Deus é uma palavra ter- rível, diante de um Deus onisciente, que não é, nem pode ser, iludido em seu julgamento – diante de um juiz justo e íntegro, que de nenhum modo inocentará o culpado. Todos são culpados e, portanto, todos necessitam de uma justiça com a qual aparecer diante de Deus. “ Porque todos peca- ram ” (v. 23); todos são pecadores por natureza, pela práti- ca, e “ ...destituídos estão da glória de Deus ” – fracassaram naquilo que é a principal finalidade do homem. Destituídos 325 ROMANOS 3 vv. 19-31 142 mais distantes pudessem, de vez em quando, participar dele, dando muito mais honra ao que tinha falta dela (veja 1 Co 12.24). Jair tinha o nome de um homem muito famoso da mesma tribo que nos tempos de Moisés foi muito ativo em subjugar esse país (Nm 32.41; Js 13.30). O que é marcante em Jair é o tamanho e a honra da sua família: Ele tinha trinta filhos (v. 4). (1) Eles ocupa- vam cargos de honra, porque cavalgavam sobre trin- ta jumentos ; isto é, eles eram juízes itinerantes, que, como representantes do seu pai, cavalgavam de lugar em lugar para administrar justiça. Lemos, mais tarde, que Samuel tornou seus filhos juízes, embora não fos- sem juízes corretos (1 Sm 8.1-3). (2) Eles tinham posses respeitáveis, cada um uma cidade, chamadas de acordo com o seu antepassado que tinha o mesmo nome do seu pai: Havote-Jair — os povoados de Jair . No entanto, eles são chamados de cidades , ou porque esses jovens senhores as ampliaram e fortificaram, e dessa forma as transformaram em cidades, ou, então, porque estavam satisfeitos com suas terras naqueles povoados como se fossem cidades ligadas umas às outras e cercadas com portões e trancas. Um povoado é uma cidade para uma mente satisfeita. Os Transtornos que o Pecado de Israel Causou vv. 6-9 Enquanto esses dois juízes Tola e Jair cuidavam das necessidades de Israel, as coisas iam bem, mas depois disso: I Israel retornou à sua idolatria, esse pecado que mais facilmente os assolava (v. 6): Então, tornaram os fi- lhos de Israel a fazer o que parecia mal aos olhos do SENHOR , de quem eles tendiam a se apostatar de modo irresponsável, como um povo louco e ignorante . 1. Eles adoravam muitos deuses; não somente seus antigos demônios, baalins e Astarote, que eram adora- dos pelos cananeus, mas, para proclamar sua insensatez a todos os vizinhos, eles serviram os deuses da Síria, de Sidom, de Moabe, dos filhos de Amom e dos filisteus. Pa- rece que o principal negócio de Israel era importar divin- dades de todos os países. É difícil dizer se essa atitude era mais ímpia ou mais imprudente. Ao introduzir esses deu- ses estrangeiros, eles mostraram que eram desprezíveis e mesquinhos, porque nenhuma nação com algum senso de honra mudaria seus deuses. Podemos supor que boa parte da riqueza de Israel foi levada como ofertas para os templos das divindades em diversos países de onde vinham, aos quais, como suas igrejas-mãe, seus templos em Israel deveriam confessar sua dependência. Sem dú- vida, os sacerdotes e devotos dessas divindades miserá- veis seguiam esses deuses em multidões para dentro da terra de Israel e, se não podiam morar no seu próprio país, se estabeleciam ali. Assim, estranhos devoravam sua força . Se o fizeram para saudar as nações vizinhas e para buscar a amizade delas, eles ficaram desaponta- dos com razão; porque essas nações com quem forma- ram amizade pelos seus artifícios perversos tornaram-se seus inimigos e opressores por causa dos juízos retos de Deus. In quo quis peccat, in eo punitur — Naquilo que a pessoa transgride, nisso ela será castigada . 2. Eles não chegaram a admitir que o Deus de Israel fosse um dos muitos deuses que adoravam, mas o rejei- taram totalmente: Eles deixaram o SENHOR e não o serviram de forma alguma. Aqueles que procuram ser- vir a Deus e a Mamom logo abandonarão completamente a Deus e somente servirão a Mamom. Se Deus não tem o coração todo, logo não terá nada dele. II Deus renovou seus juízos sobre eles, colocando- os debaixo do poder dos inimigos opressores. Se tivessem caído na mão do Senhor imediatamente, eles teriam descoberto que muitas eram as suas misericór- dias ; mas Deus deixou que eles caíssem nas mãos dos homens , cujas misericórdias fracas são cruéis. Deus vendeu Israel em mão dos filisteus , que ficavam na par- te sudoeste de Canaã, e dos amonitas, que ficavam na parte nordeste — ambos ao mesmo tempo. Assim que entre essas duas pedras de mó eles foram miseravel- mente moídos , de acordo com a palavra original (v. 8) em vez de oprimiram . Deus tinha estabelecido que, se qualquer uma das cidades de Israel se voltasse para a idolatria, o restante deveria matá-los (Dt 13.12ss.). Eles tinham se tornado bastante zelosos nessa questão, quase ao extremo, como ocorrera no caso do altar erguido pelas duas tribos e meia (Js 12); mas agora as coisas tinham se deteriorado tanto que quando uma cidade se contagiava pela idolatria, a próxima também se contagiava e, em vez de castigá-la, a imitava e a sobrepujava. Portanto, visto que aqueles que deveriam ter sido os vingadores para castigar o que fez esse mal eram eles próprios culpados, ou trouxeram debalde a espada (veja Rm 13.4), Deus trouxe as nações vizinhas contra eles, para castigá-los por causa da sua apostasia. A opressão de Israel pelos amonitas, a descendência de Ló, foi: 1. Muito longa. Ela prolongou-se por 18 anos. Alguns entendem que esses anos fazem parte da judicatura de Jair, que não conseguiu restaurar e libertar Israel como desejava. Outros acreditam que essa opressão começou após a morte de Jair, o que parece mais provável, por- que a parte de Israel mais assolada pelos amonitas era Gileade, o país de Jair, que, supomos, não sofreu tanto enquanto ele ainda estava vivo. Essa parte, pelo menos, foi restaurada e protegida. 2. Muito séria. Eles os atormentaram e oprimiram. Era um grande tormento ser oprimido por um povo tão vil como os amonitas. Eles começaram com as tribos que ficavam ao lado deles do outro lado do Jordão, região aqui chamada de a terra dos amorreus (v. 8) porque os israelitas tinham degenerado tanto, e tinham ficado tão parecidos com os pagãos, que tinham se tornado, de cer- ta forma, perfeitos amorreus (Ez 16.3). Ou, então, por causa do seu pecado eles perderam o direito do seu nome para esse país, assim que pode ser entendida de maneira justa como a terra dos amorreus , de quem obtiveram o nome. Gradualmente, os amorreus seguiram em frente, passando o Jordão e invadindo Judá, Benjamim e Efraim (v. 9), três das tribos mais famosas de Israel. Eles foram insultados dessa forma porque tinham abandonado a Deus e eram incapazes de fazer frente ao invasor. Agora o presságio se cumpriu de que seriam feridos diante dos vv. 6-9 JUÍZES 10 bos receberão a abundância dos frutos dos favores de Cristo. E estes são duplamente confortáveis quando chegam dessa maneira, quando somos salvos pela fé. VIII A graça de Cristo deve ser reconhecida com gratidão, para a glória de Deus, v. 43. 1. O próprio mendigo – que teve a sua visão restaurada – seguiu a Cristo, glorificando a Deus. Cristo operou este milagre para glorificar seu precioso Pai. E aqueles a quem Ele curou lhe agradaram ainda mais quando lou- varam a Deus Pai. O mesmo ocorrerá com aqueles que louvarem a Cristo e o honrarem: eles estarão agradando muito ao Senhor Deus; porque, ao confessarmos que Je- sus Cristo é o Senhor, nós estamos glorificando a Deus Pai. Se seguirmos a Cristo, estaremos glorificando a Deus Pai, como fizeram aqueles cujos olhos foram aber- tos. 2. As pessoas que viram isto não puderam deixar de dar louvores a Deus, que havia dado tal poder ao Filho do Homem, e por Ele tinha conferido tais favores aos fi- lhos dos homens. Note que devemos dar louvores a Deus por suas misericórdias aos outros, bem como pelas mise- ricórdias que são concedidas a nós mesmos. C APÍTULO 19 Neste capítulo, temos: I. A conversão de Zaqueu, o publicano de Jericó, vv. 1-10. II. A parábola so- bre as minas que o rei confiou a seus servos, e so- bre seus cidadãos rebeldes, vv. 11-27. III. A en- trada triunfal de Cristo (pois foi um triunfo) em Jerusalém; e sua lamentação em antecipação à destruição daquela cidade, vv. 28-44. IV. Seu ensi- no no Templo, e a expulsão dos que ali vendiam e compravam, vv. 45-48. A Conversão de Zaqueu vv. 1-10 Muitos, sem dúvida, eram convertidos à fé em Cris- to, dos quais nenhum registro existe nos Evangelhos; mas a conversão da alguns, cujo caso tinha em si algo ex- traordinário, está registrada, como é o caso de Zaqueu. Cristo ia passando por Jericó, v. 1. Esta cidade tinha sido construída sob uma maldição, ainda assim Cristo a hon- rou com sua presença, pois o Evangelho remove a maldi- ção. Embora ela não devesse ter sido reconstruída, ain- da assim não era um pecado viver nela, uma vez que fora reedificada. Cristo estava indo para o outro lado do Jor- dão, a Betânia, uma cidade próxima de Jerusalém, para ressuscitar Lázaro. Quando Ele se dirigia a algum lugar para realizar alguma boa obra, fazia muitas outras pelo caminho. Fazia o bem às almas e aos corpos das pessoas. Aqui temos um exemplo do primeiro caso. Observe: I Quem era este Zaqueu, e o que fazia. O seu nome in- dica que ele era judeu. Zaccai era um nome comum entre os judeus. Havia um famoso rabino, aproximada- mente nesta época, com este nome. Observe: 1. Sua pro- fissão, e a posição que ele ocupava. Ele era “um chefe dos publicanos”, uma espécie de arrecadador geral. Ou- tros publicanos trabalhavam subordinados a ele; ele era, como alguns pensam, cobrador de alfândega. Nós lemos com freqüência sobre os publicanos vindo até Cristo. Mas aqui estava um, que era chefe dos publicanos. Era uma pessoa de autoridade, e que investigava sobre Je- sus. Deus tem os seus entre todos os tipos de pessoas. Cristo veio para salvar até mesmo o chefe dos publica- nos. 2. Sua condição no mundo era muito considerável: Ele “era rico”. Os publicanos inferiores eram, normal- mente, homens com poucos recursos, e inferiores no mundo; mas este que era chefe dos publicanos tinha con- seguido um grande patrimônio. Recentemente, Cristo tinha mostrado como era difícil, para os ricos, entrar no reino de Deus, mas agora Ele produz um exemplo de um homem rico que estava perdido, e foi achado, e que não foi, como o filho pródigo, levado a passar necessidades. II A maneira como ele se colocou no caminho de Cristo, e qual foi o motivo de encontrá-lo. 1. Ele tinha grande curiosidade de ver Jesus, saber que tipo de homem Ela era, tendo ouvido falar muito sobre Ele, v. 3. É natural que nós procuremos encontrar, se pudermos, aqueles cuja fama encheu nossos ouvidos, podendo, in- clusive, imaginar que existe alguma coisa de extraordi- nário nestes encontros; pelo menos, nós poderemos di- zer que vimos este ou aquele grande homem. Mas o olho não se satisfaz em ver. Nós devemos agora procurar ver a Jesus com os olhos da fé, para ver quem é Ele. Deve- mos nos dirigir às ordenanças sagradas com isto em mente: “Queremos ver Jesus” (veja Jo 1.21). 2. O publi- cano não conseguia satisfazer a sua curiosidade neste aspecto, porque era de pequena estatura, e a multidão era grande. Cristo não procurava se exibir, não era car- regado nos ombros dos homens (como o papa em procis- são), para que todos pudessem vê-lo. NemEle nem o seu reino vieram com estardalhaço. Ele não passava em car- ruagem aberta, como fazem os príncipes, mas, como um de nós, Ele se perdia em uma multidão; pois este era o dia da sua humilhação. Zaqueu era de pequena estatura, e todos à sua volta eram mais altos que ele, de modo que ele não conseguia ver a Jesus. Muitos que têm pequena estatura têm grandes almas, e são vivos de espírito. Quem não preferiria ser um Zaqueu a um Saul, embora este fosse, desde os ombros para cima, mais alto que to- dos ao seu redor? (1 Sm 9.2) Que aqueles que são de pe- quena estatura não se preocupem em acrescentar côva- dos a ela, mas sim em crescer na graça e no conhecimen- to do Senhor. 3. Por não querer desapontar a sua curiosi- dade, ele esqueceu da sua seriedade, como chefe dos pu- blicanos, e correu adiante, como um menino, e subiu em uma figueira brava, para ver Jesus. Observe que aque- les que desejam sinceramente uma visão de Cristo irão usar os meios adequados para obter uma visão dele, e irão atravessar dificuldades e oposição, dispostos a em- penhar-se ao máximo para vê-lo. Aqueles que são muito pequenos devem aproveitar todas as vantagens que pu- derem para subir até onde tenham uma visão de Cristo, não se envergonhando de reconhecer que precisam des- tas vantagens, e que elas lhes são suficientes. Que os de pequena estatura jamais percam a esperança; cada um pode ser ajudado a alcançar os pontos mais altos da fé e da vida com Deus. 687 LUCAS 19 vv. 1-10 “ ...malícia... ” significa a ira arraigada que leva as pes- soas a planejar e causar dano aos outros. O contrário de tudo isso é: “ ...sede uns para com os outros benignos ”. Isto envolve o princípio do amor no coração e a expres- são exterior dele, em um comportamento afável, hu- milde e cortês. Os discípulos de Jesus devem ser benig- nos uns com os outros, como aqueles que aprenderam e estão prontos a ensinar a arte da cortesia. Devemos ser “ ...misericordiosos... ”, isto é, compassivos, e ter uma percepção terna e meiga das aflições e sofrimentos dos outros, de tal forma a sermos prontamente movidos à compaixão e à piedade. “ ...perdoando-vos uns aos ou- tros ”. Haverá ocasiões em que surgirão diferenças entre os discípulos de Cristo. Por isso, eles precisam ser tole- rantes e prontos a perdoar, assemelhando-se ao próprio Deus, que “ ...os perdoou em Cristo ”, para que tenham ainda mais disposição em perdoar uns aos outros. Ob- serve: Em Deus há perdão, e Ele perdoa o pecado em Cristo, por causa da expiação que Cristo realizou para cumprir a justiça divina. Observe também: Aqueles que são perdoados por Deus devem ter um espírito perdoa- dor e perdoar da mesma forma que Deus perdoa, isto é, com sinceridade e de coração, pronta e alegremente, universalmente e para sempre, de acordo com o sincero arrependimento do pecador. Daí a oração: “ Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nos- sos devedores ” (veja Mt 6.12). Podemos observar por meio de todas essas particularidades em que o apóstolo tem insistido que elas pertencem à segunda tábua dos mandamentos, cujas obrigações os cristãos devem pra- ticar e se submeter, e que aqueles que não as cumprem conscientemente jamais podem temer ou amar a Deus em verdade e sinceridade. No meio dessas exortações e precauções, o apósto- lo interpõe uma exortação geral: “ E não entristeçais o Espírito Santo de Deus ” (v. 30). Ao olhar para aquilo que precede e o que segue, podemos verificar o que en- tristece o Espírito de Deus. Nos versículos anteriores, fica claro que toda lascívia e imundície, mentira e comu- nicações corrompidas que incitam apetites e concupis- cências imundos, entristecem o Espírito de Deus. Nos versículos seguintes vemos que os sentimentos cor- rompidos de amargura, ira, cólera, gritaria, blasfêmias e malícia entristecem esse bom Espírito. Não devemos entender, no entanto, que esse Ser bendito pode ser en- tristecido ou aborrecido como nós somos; o intento da exortação é que não ajamos para com Ele da mesma forma que agimos com o nosso semelhante: não deve- mos fazer o que é contrário à sua natureza santa e à sua vontade. Não devemos deixar de dar ouvidos aos seus conselhos, nem rebelar-nos contra o seu governo, o que o provocaria a agir conosco como nós estamos acostu- mados a agir em relação àqueles com quem estamos descontentes e entristecidos, afastando-nos deles e a- bandonando-os aos seus inimigos. Não ofenda o bendi- to Espírito de Deus, para que Ele não retraia sua pre- sença e suas influências graciosas de você! Existe um bom motivo para não entristecermos o Espírito Santo: nele estamos “ ...selados para o Dia da redenção ”. Ha- verá um Dia da redenção; o corpo será redimido do po- der do túmulo no dia da ressurreição. Então o povo de Deus será liberto de todos os efeitos do pecado, bem como de todo o pecado e miséria, o que não ocorre até que seja liberto da sepultura. Só então começará a ple- na e completa felicidade deles. Todos os crentes verda- deiros são selados para esse dia. Deus os distinguiu dos outros, colocando sua marca neles; e Ele dá a eles o pe- nhor e a certeza de uma ressurreição alegre e gloriosa; e o Espírito de Deus é o selo. Onde quer que esse Espí- rito bendito esteja como santificador, Ele é o penhor de todas as alegrias e glórias do Dia da redenção. Sería- mos negligenciados se Deus tirasse o seu Espírito San- to de nós. C APÍTULO 5 Tivemos várias exortações importantes na con- clusão do capítulo anterior, e o apóstolo dá conti- nuidade a elas no capítulo atual: I. Nós temos aqui uma exortação ao amor mútuo e à caridade (vv. 1,2). II. Uma exortação contra toda sorte de im- pureza, com argumentos apropriados e corretivos propostos contra tais pecados; mais cautela é a- crescentada e outros deveres são recomendados (vv. 3-20). III. O apóstolo se volta para a execução conscienciosa dos deveres domésticos, desde o versículo 21 até o fim deste capítulo e o início do próximo. Advertências contra a Impureza vv. 1,2 Lemos aqui acerca da exortação ao amor mútuo e à caridade cristã. O apóstolo tinha insistido nisso no capítu- lo anterior, particularmente nos últimos versículos, aos quais a partícula pois se refere, e conecta o que tinha dito lá com o que está registrado nesses versículos. Conse- qüentemente: “Porque Deus, por amor a Cristo, perdoou vocês, portanto sejam seguidores de Deus, ou imitadores dele”; este é o significado dessa palavra. Pessoas piedo- sas deveriam imitar o Deus que adoram, tanto quanto Ele se revela a elas. Elas devem agir de acordo com o seu exemplo e ter a imagem dele renovada neles. Isso reveste a religião prática, ou seja, a imitação de Deus, de grande importância. Devemos ser santos como Deus é santo, mi- sericordioso como Ele é misericordioso, perfeito como Ele é perfeito. Mas não existe um único atributo de Deus que é mais recomendado para a nossa imitação do que a sua bondade. Sejam imitadores de Deus, ou se asseme- lhem a Ele, em toda graça e especialmente em seu amor e em sua bondade indulgente. “ Deus é caridade e quem está em caridade está em Deus, e Deus, nele ” (veja 1 Jo 4.16). Assim Ele proclamou seu nome: “ ...misericordioso e compassivo, grande em beneficência ” (veja Êx 34.6). “ ...como filhos amados ”, assim como os filhos (que estão acostumados a ser amados pelos seus pais) geralmente se assemelham aos pais quanto às características e traços do seu rosto e na disposição e qualidade da sua mente; ou quando se tornam filhos de Deus, sendo amados e estima- dos pelo seu Pai celestial. Os filhos são constrangidos a imitar seus pais naquilo que é bom, especialmente quan- do são carinhosamente amados por eles. O caráter que vv. 1,2 EFÉSIOS 5 596
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