Catálogo Geral de Vendas | 2025 - 2026
Imagens meramente ilustrativas 16 LANÇAMENTOS GUIA ILUSTRADO DA GEOGRAFIA BÍBLICA HOLMAN Paul H. Wright Nós lemos a Bíblia por muitas razões. Para muitos de nós, é uma literatura inspiradora. Para outros, uma janela para eventos do passado, refletindo as espe- ranças e os sonhos de gerações que vieram antes de nós. Ao explorarmos a terra antiga de Israel, ganha- mos uma nova perspectiva sobre as Escrituras e per- cebemos como Deus utilizou elementos da própria criação – como águas, rochas e paisagens – para revelar Sua natureza e propósito. Com 220 imagens e 51 mapas e diagramas, O Guia Ilustrado à Geografia Bíblica Holman oferece uma imersão visual e detalhada no cenário das Escri- turas, através dos seguintes capítulos: - Explorando o mundo da Bíblia - Fundamentos da geografia bíblica - A terra do antigo Israel: Regiões do sul (Judá/ Judeia) - A terra do antigo Israel: Regiões centrais (Israel/Sa- maria) - A terra do antigo Israel: Regiões do norte (Galileia) - Transjordânia - Posfácio: A Geografia do Coração TRECHO DO LIVRO “Se lermos a Bíblia através das lentes da literatura, história, teologia e ética, não podemos dei- xar de encontrars registros de como Deus tem interagido com o mundo ao longo das eras.” INFORMAÇÕES TÉCNICAS Código: 372929 Formato: 21,5 x 27,9 cm Páginas: 346 Paul Wright, Ph.D. é Presidente Emérito da Faculdade Universitária de Jeru- salém. Bacharel em Artes, Universidade de Betel; Mestre em Artes, Instituto de Estudos da Terra Santa/Faculdade Universitária de Jerusalém; Mestre em Artes, Escola de Divindade Evangélica Trinity; Mestre em Filosofia, Ph.D., Fa- culdade da União Hebraica. Escavações em Ramat Rachel, Giloh e Tel Rehov. Recebeu a Medalha Presidencial, Faculdade da União Hebraica. que fala da plenitude dos tempos) em referência ao solo sobre o qual a história de redenção se revelaria. Uma terra não pode ser mais prometida, ou cheia de promessa, do que essa! Eis o mundo de meu Pai Aos meus ouvidos regresso Toda a natureza em cantos Ressoa a música do universo. Eis o mundo de meu Pai Descanso ao pensar Rochas e árvores, céus e mares, Ah! Suas mãos tudo a forjar. —Maltbie Babcock, 1902 A linha entre a geografia bíblica e a teologia bíblica se confunde facilmente em uma terra que é santa. Os escritores da Bíblia (certamente, os que compuseram o Velho Testamento, mas até mesmo os autores do Novo Testamento) viram uma íntima ligação entre Deus, seu povo e a terra que Israel chamou de lar. Israel era o povo de Deus; sua terra era a terra Dele. Isto era um tipo de trindade sagrada (com “t” e “s” minúsculos), uma tríade rígida através da qual os escritores e personagens da Bíblia buscavam entender seu lugar no mundo. “Favoreceste, Senhor, a tua terra; restauraste a prosperidade de Jacó” (Sl 85.1, ARA). A prosperidade de um, então, se levantou e caiu com o outro. Quando o povo de Israel pecava, era como se as partes mais produtivas de sua terra tivessem sido amaldiçoadas: “A terra geme e pranteia; o Líbano Esta casa com jardim, no vilarejo de Dana, nas montanhas de Edom, pre- serva os antigos padrões da vida rural nas terras da Bíblia. As paredes da casa são cobertas com lama enquanto o jardim é cer- cado por pedras desgas- tadas. As vinhas presas e arranjadas como toldo proporcionam sombra e uma fonte imediata de alimento no verão; ove- lhas cevadas e cabras atentas pastam nas pro- ximidades. Os vizinhos são sempre bem-vindos. “Naquele dia”, diz o Senhor dos Exércitos, “cada umde vós convidará o seu com- panheiro para debaixo da videira e para debaixo da figueira” (Zc 3.10). EXPLORANDO O MUNDO DA BÍBLIA | 11 um canal em seu alicerce que tinha sido escavado para permitir que seus residentes tivessem acesso à água potável da fonte de Giom. Escalando de baixo para cima, Joabe entrou e então conquistou a cidade (1 Cr 11.4-9; cp. Jz 19.10). Quando Davi expulsou os Jebuseus da região, o nome original da cidade, Jerusalém, foi facilmente restabelecido. Houve inúmeras tentativas criativas para explicar a origem do nome Jerusalém: a maioria conecta o elemento salem com a palavra he- braica para paz, shalom , ou com Salém, uma divindade local Cananeia (veja Gn 14.18). Apesar do apelo destas e outras sugestões, o significado original do nome Je- rusalém, uma palavra amada por pessoas de fé durante milênios, permanece desconhecido. Outros leitores da Bíblia são favoráveis ao nome Palestina, do topônimo grego Palaistina utilizado pela primeira vez por Heródoto no final do século 5 a.C. para se referir à planície costeira ao redor de Gaza. 9 Heródoto claramente derivou o termo Palaistina de Filístia (Hb pelešet ; Is 14.29, etc.), terra dos filisteus, antigos habitantes da região. Textos assírios men- cionam pela primeira vez Filístia ( palaštu ) no século 9 Heródoto, Histórias 1:105: “Dali [os persas] marcharam contra o Egito; e, quando eles estavam na parte da Síria chamada Palestina, Psamético, rei do Egito, os encontrou e persuadiu com presentes e orações para não avançarem mais. Então, eles voltaram [para o norte] e... seguiram seu caminho para a cidade de Ascalom na Síria” 8 a.C, 10 distinguindo-a de Israel e Judá e sempre limitando o nome às regiões costeiras ao sul. Em contraste, os assírios chamavam Israel de Mat-Humri ou Bit-Humria , 11 “a terra” ou “casa de Onri”, pai de Acabe (1 Rs 16.23-29), mesmo após a queda da dinastia de Onri. APalestina veio a ser a designação política oficial de toda a região, incluindo as montanhas e os vales do interior da Judeia, Samaria e Galileia, somente após Roma ter sufocado a Segunda Guerra Judaico-Romana de 132 – 135 d.C. 12 Os romanos fo- rammotivados a mudar o nome oficial da província da Judeia para Palestina em parte pela necessidade de legitimar uma nova identidade não-judaica para a região, embora, somente por razões geológicas, faça sentido que um poder baseado no mar usasse o nome de uma planície costeira para referenciar seu interior montanhoso. O nome romano da província era, na realidade, Síria Palestina, para indicar que a Palestina era uma subdivisão da província maior da Síria governada através de Damasco. De qual- quer modo, referências à Palestina no contexto dos Evangelhos, embora frequente e geralmente aceitas por estudiosos e generalistas igualmente, são ana- crônicas e não tecnicamente corretas. É importante também notar que a derivação romana de Palestina de “Philistine” tem significância linguística e his- tórica, mas não teológica. Nós lemos em Mateus 2.20 -21 que, quando Maria, José e Jesus saíram do Egito, eles retornaram para “ a terra de Israel ” (Gk gē Israel = Hb eretz Yisrael ). Esse é o único lugar nos Evangelhos onde o nome de lugar “terra de Israel” aparece. Mateus usou o termo Judeia, o nome oficial da terra no século 1 d.C., logo na pró- xima sentença, ao mencionar que o filho de Herodes, o Grande, Arquelau, tinha herdado o trono (Mt 2.22). Então, por que “a terra de Israel” aqui? Mateus retrata o retorno de Jesus do Egito como uma reencenação, ou cumprimento, da viagem que Moisés e os israeli- tas fizeram do Egito à sua própria terra em Canaã, um lugar que eles vieram a chamar terra de Israel durante o tempo do Velho Testamento. Ao escolher suas pala- vras cuidadosamente e citar Oseias 11.1, “Do Egito cha- mei meu filho” (Mt 2.14-15), Mateus pretendeu mostrar que Jesus incorporava Israel, agora fiel e renovado. O relato de Mateus sobre o retorno de Jesus à Judeia é um lembrete de que, quando perguntamos sobre a exatidão dos nomes dos lugares, precisamos também perguntar “Exato para que propósito?” e lembrar que exatidão e neutralidade nem sempre são a mesma coisa. Eventos políticos modernos claramente elevam a urgência (e sensibilidade) da preferência de um leitor por “Israel” ou “Palestina” nas discussões da geografia histórica da terra da Bíblia. Alguns 10 James B. Pritchard, ed., Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament (ANET) (Princeton: Princeton University Press, 1955), 281–82, 287, 294, 301. 11 ANET, 284–285; WilliamW. Hallo, ed., The Context of Scripture , vol. II: Monumental Inscriptions from the Biblical World (Leiden: Brill, 2000), 288, 297–98. 12 Fergus Miller, The Roman Near East , 31 B.C.–A.D. 337 (Cam- bridge: Harvard University Press, 1993), 107–8. A partemais inferior do sanduíche de rocha sustenta todas as regiões do centro do Oriente Médio. Compos- ta por rocha metamórfica (formada quando partes da crosta terrestre são supe- raquecidas pelo contato com o magma derretido), este complexo de embasa- mento pode ser visto onde quer que uma sublevação intensa tenha impelido a rocha para a superfície da terra. Essa vista compreen- de montanhas de granito desgastadas pelo tempo no sul do Sinai a partir de Jebel Musa, a localização tradicional do Monte Sinai. Longe de áreas de assenta- mento humano permanente e ostentando as ondulações de uma antiguidade remota, o cenário é perfeitamente apropriado para a revelação repleta de temor de Deus a Moisés (Êx 19.1-20.21). 28 | GUIA ILUSTRADO DE GEOGRAFIA BÍBLICA Não há evidência arqueológica que confirme a localização exata de quaisquer das estradas que atravessavama terra doAntigo Israel até os tempos romanos, de modo que rotas precisas só podemser estimadas. No fimdo século 1 e início do século 2 d.C., as rotas que conectavamalgumas cidades maiores da planície costeira a centros urbanos no interior eram niveladas, pavimentadas e recebiam meios-fios, assim integrando-as a uma crescentemalha viária romana ao redor do Mediterrâneo. 31 Isso veio a ser um “fato no solo” tanto quanto qualquer coisa que ligasse a província da Palestina ao resto do Império Ro- mano; para nossos propósitos, tal evidência arqueológica nos permite rastrear a linha de várias destas estradas. Algumas certamente seguiramos cursos das rotas na- turais de períodos anteriores, mas outras conquistaram o terreno e foram mais diretamente entre as cidades principais. Igualmente úteis na reconstrução da rede de estradas doAntigo Israel sãomapas da Palestina do século 19 que mostram as rotas conectando cidades e 31 Israel Roll, “The Roman Road System in Judea”, in The Jerusalem Cathedra , vol. 3, ed. Lee I. Levine (Jerusalem: Yad Izhak Ben-Zvi Institute, 1983), 136–61; Israel Roll, “Roman Roads in Western Samaria”, PEQ 118 (1986): 113–43; David Graf, Benjamin Isaac e Israel Roll, “Roads and Highways (Roman)”, pp. 782–87 em David Noel Freedman, ed., AB vol. 5 (New York: Doubleday, 1992). vilarejos do período Turco-Otomano de então. 32 Como essas estradas tendiam a seguir os caminhos de me- nor resistência ao invés da malha viária romana mais sofisticada, elas também apresentam um testemunho razoável quanto a localização de muitas das rotas na- turais do período bíblico. Também é possível pressupor a localização geral de rotas importantes a partir das listas de cidades mencionadas em conexão com a marcha de exércitos para batalha, ou sua fuga posterior. Os exemplos são numerosos e incluem 1 Samuel 14.31; 1 Crônicas 14.16; 1 Macabeus 3.38-40,46; e também registros egípcios listando cidades em Canaã conquistadas pelos faraós Tutmés III e Sisaque; 33 vem como re- latos de batalhas nos registros assírios ou a Guerra dos Judeus de Flávio Josefo. Semelhantemente, devemos presumir que as cidades edificadas pelo rei Roboão “para a defesa de Judá” (2 Cr 11.5-12)) estavam localizadas em pontos estratégicos ou 32 Veja, por exemplo, os mapas produzidos por Survey of Western Palestine. C. R. Conder e H. H. Kitchener, The Survey of Western Palestine: Memoirs of the Topography, Orography, Hydrography and Archaeology , em 3 vols.: Galilee, Samaria, Judaea (London: The Committee of the Palestine Exploration Fund, 1881–1883). 33 Aharoni, The Land of the Bible , 152–66, 323–30; Rainey, The Sacred Bridge , 72–75, 186–89. Golfo Pérsico Mar Vermelho Mar Cáspio Mar Negro Mar Med i t e r râneo Jerusalém ESTANHO CAVALOS SEDA ESPECIARIAS OURO ROTAS COMERCIAIS IMPERIAIS Cidade Rota marítima Rota terrestre 0 600 Milhas 0 600 Quilômetros 300 300 As grandes rotas imperiais do antigo Oriente Próximo fluem através do Levante, uma verdadeira “Terra no Meio”, já que elas unem os cantos da economia mundial. As rotas marcadas em vermelho representam o fluxo principal do tráfego por via terrestre, ao passo que aquelas marcadas em azul seguem as principais rotas aquáticas. Dados arqueológicos e textuais sugerem que o comércio era vigoroso quando os estados-nações e os impérios eram fortes, embora a maior parte do tráfego fosse de mercadorias menos dispendiosas do que as mencionadas aqui. 60 | GUIA ILUSTRADO DE GEOGRAFIA BÍBLICA Historicamente, estas nações-estados menores eram bem-sucedidas somente quando os gatos estavam ausentes. Por exemplo, nações-estados independentes emergiram e posteriormente floresceram na terra do Antigo Israel durante uma janela de quinhentos anos entre 1200 e 740 a.C., após o enfraquecimento da presença militar do Egito na planície costeira e antes que os assírios ao norte rasgassem e mastigassem sua entrada na terra. Este foi o apogeu da história bíblica do Velho Testamento: o tempo dos juízes, a monarquia unida de Davi e Salomão, e os séculos de disputas por posições entre o Reino do Norte de Israel e o Reino do Sul de Judá, e seus vizinhos. Nesse tempo, estes ratos podiam até ir brincar na planície costeira exposta (os Filisteus fizeram dali a sua casa) precisamente porque os gatos estavam ausentes. Na época do Novo Testa- mento, quando Judeia, Samaria e Galileia eram terras de ocupação romana, a maioria das pessoas locais tinham aprendido a acomodar seus soberanos estrangeiros, embora alguns colocassem suas cabeças para fora como líderes de movimentos políticos messiânicos e foram prontamente eliminados (At 5.3-37; 21.38; Josefo, Ant. 17.278–284; 20.97–104,168–172,185–188). Esta é uma terra de sobreviventes – e atropelados. Aqui, o conceito de “centro” versus “periferia” entra em cena. Resumidamente, o Levante do sul funcionava simultaneamente como região central e fronteira, dependendo de o ponto de vista ser o de um gato ou de um rato. A terra do meio, por definição, sempre foi a periferia dos centros dos gatos-impérios, estivessem eles localizados no Egito, na Mesopotâmia ou do outro lado do Mar Mediterrâneo. Para eles, esta era uma fronteira fustigada por ações milita- res, um lugar ainda não civilizado propriamente, uma borda oportunista de fluxo e refluxo. 42 Mas a mesma Terra no Meio também é, exatamente ao O terreno acidentado e a topografia dissecada da costa oriental do Mediterrâneo sempre fomentaram divisão territorial, com pequenas cidades-estados ou nações- -estados disputando posição entre os recursos escas- sos da região. Durante o tempo do Velho Testamento, este era o lar de fenícios, filisteus, amonitas, moabitas, edomitas, israelitas e judeus, bem como várias nações- -estados arameias. Hoje, semelhantemente, a região é dividida entre os estados do Líbano, da Síria, Jordânia, de Israel e dos Territórios Palestinos. Por outro lado, as características topográficas dos vales Nilo e do Tigre e Eufrates estimulam unificação política. Este padrão an- tigo, apesar das persistentes lutas tribais internas, dá algum crédito à integridade territorial dos modernos estados de Egito e Iraque. mesmo tempo, a conglomeração de várias regiões centrais, centros de rato-estado irredutíveis situados transversalmente às fronteiras como gato. Para os gatos, essas terras são estados tampões à disposição do centro do império. Para os ratos, eles são entidades indepen- dentes distantes o suficiente e muito bem civilizadas, 42 Nili Wazana, All the Boundaries of the Land: The Promised Land in Biblical Thought in Light of the Ancient Near East , trad. de Liat Qeren (Winona Lake, IN. Eisenbrauns, 2013), 11–57. obrigado, para serem deixadas em paz. O principal objetivo para os ratos-estados era garantir um território comum centro grande o suficiente e garantir fronteiras adequadas para que todos vivam em segurança. Isto podia ser ou “[...] cada um debaixo da sua videira e debaixo de sua figueira ” – a imagemde umvilarejo (1 Rs 4.25), ou cada homem “ [...] assentado à porta da tenda, no calor do dia” – uma imagem de pastoreio (Gn 18.1, ACF). Am- bas são características de tocas de rato. Naturalmente, mesmo sema ameaça de invadir impérios no horizonte, cada uma das nações-estados tímidas do sul do Levante . Mar Morto Mar Mediterrâneo EDOM MOABE AMOM ISRAEL JUDÁ FENÍCIA ARÃ FILÍSTIA Terra arável Região central Rota marítima internacional Rota terrestre internacional NAÇÕES-ESTADOS VÍAVEIS NA TERRA DO MEIO 0 50 Milhas 0 50 Quilômetros 25 25 Rio Jordão Este mapa mostra as regiões centrais de vários ratos-estados do sul do Levante durante o período compreendido entre o século 10 e 6 a.C., em relação às vias de ligação principais e áreas de pluviosidade adequada (mínima de 300mm) na região. Em uma terra onde os recursos são escassos, os estados locais podiam fomentar suas economias se eles controlassem o território pelo qual as vias internacionais passavam. Contanto que os gatos-estados (Egito, Assíria e Babilônia) estivessem ausentes, a relação risco-benefício por apoderar-se destas rotas imperiais favorecia os interesses comerciais dos ratos. Observe que Judá é o único rato- -estado na região cuja região central situa-se distante de uma rota comercial, uma realidade agravada por sua proximidade à linha do deserto. Embora Judá fosse uma terra que, em si, tinha pouco a oferecer, ela se tornou a mosca da Terra Santa, o ponto central do alvo de Deus para redimir o mundo. “E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co 1.28-29, ARA ). O apóstolo Paulo fala de pessoas, mas suas palavras refletem igualmente bem a terra que Judá e os judeus chamaram de lar. CONSTRUINDO OS BLOCOS DA GEOGRAFIA BÍBLICA | 69 Judá da planície costeira. 10 Pelo fato de a Sefelá se situar a oeste da região montanhosa de Judá, algumas Bíblias tendem a traduzir o termo “colinas do oeste” (e.g., Js 10.40, NVT) ou até mesmo “planícies [da Judeia]” (CSB). Estes adjetivos são úteis, embora não cheguem à plenitude da palavra shephelah propriamente dita. Uma tradução mais poética seria “colinas modestas”, 11 especialmente quando comparamos sua forma caída com as mon- tanhas da Judeia que se elevam majestosamente a leste, embora o modificador “modestas” deva ficar à margem do papel estratégico que a Sefelá desem- penhou na geopolítica da antiga Judá. Os sopés que compõem a Sefelá da Judeia descem da borda oriental da região montanhosa de Judá, onde as elevações se projetam a aproximadamente 460 m, para a borda interior da planície costeira 16 km a oeste e a menos de 150 m acima do nível do mar. Adescida é gradual, exceto por uma queda bem acentuada na linha traçada diagonalmente entre os cantos nordeste e sudoeste da Sefelá. Esta mudança 10 ABíblia identifica outra região com o mesmo termo, a saber, a área de baixo calcário Eoceno nas redondezas do Monte Carmelo e da Galileia (Js 11.2, 16). Aquela Sefelá, localizada no norte, será discutida em conexão com a Cadeia Montanhosa do Carmelo e a Baixa Galileia, capítulos 4.D e 5.C seguintes. 11 James C. Martin, John A. Beck, e David G. Hansen, A Visual Guide to Bible Events (Grand Rapids: Baker Books, 2009), 72. bastante proeminente na elevação tende a associar a parte oriental interior e mais alta da Sefelá com as cidades e os vilarejos da região montanhosa, e a parte mais externa e baixa a oeste da Sefelá com cidades na planície costeira. Assim, por exemplo, esperaríamos que a frase “ Socó, que pertence a Judá ” (1 Sm 17.1 BKJ), uma vez que Socó estava na parte mais alta a leste do Vale de Elá da Sefelá, ou a nota “ Sansão desceu até a cidade de Timna e viu uma moça filisteia ” (Jz 14.1 NTLH), já que Timna ficava na parte externa e, por conseguinte, na parte filisteia do Vale de Soreq. Geologicamente, uma fina junção de giz Cenoniano pode ser identificada ao longo de toda a extensão da linha onde o duro calcário Cenomaniano-Turoniano da região montanhosa da Judeia encontra os sopés Eocenos menos resistentes da Sefelá. Esta junção de giz macio erodiu na longa e estreita depressão que se estende desde a cidade de Aijalom no norte até a Tel Halifm, acima de Berseba, no sul. Adepressão é mais perceptível na área dos sistemas dos uádis Soreq e Elá, onde ela formou uma linha de vales norte-sul, nivelando a aproximadamente 245 m em elevação, visivelmente mais baixa do que a elevação das montanhas de cada lado. Esta depressão de giz serviu como um fosso, proporcionando uma impor- tante linha de defesa para as cidades e os vilarejos de Judá durante o período bíblico. Milhares de cavernas marcam as montanhas ao sul da Sefelá da Ju- deia. Aqui, uma porta quadrada foi cortada no calcário Eoceno macio debaixo de uma camada robusta de Nari, abrindo umaconchegante espaço de vida. AMoresete-Gate (Tell el-Judeida) coberta de arbustos, a provável localização da terra na- tal do profeta Miquéias (Mq 1.11, 14), se ergue ao fundo. 86 | GUIA ILUSTRADO DE GEOGRAFIA BÍBLICA Acabamento: Capa Dura Categoria: História e Geografia
RkJQdWJsaXNoZXIy OTI5NTc=